Outros casos
As notícias de maus-tratos contra animais estão se tornando comuns em Curitiba e região metropolitana. No início do mês de agosto um vira-lata foi atingido por um tiro no pescoço na Rua São Gabriel, no bairro Novo Mundo, em Curitiba. O cão "Bilú" foi encaminhado para Sociedade Protetora dos Animais onde recebeu tratamento.
No início de julho, o cachorro, que ficou conhecido como "Pretinho", foi encontrado ao lado da linha de trem em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba. A suspeita é que o cão tenha sido amarrado junto ao trilho. O cão teve as duas pernas amputadas.
Outro caso aconteceu em outubro de 2006 em Bocaiúva do Sul, região metropolitana de Curitiba. O lavrador Claudinei Slompo Viana, mutilou as duas patas traseiras do cachorro Falcão, com um facão. O crime aconteceu após o cachorro ter atacado uma galinha. Viana foi condenado a pagar uma multa de 10 salários mínimos.
Novamente uma história de maus-tratos contra um cachorro volta a acontecer na região de Curitiba. Desta vez o fato foi registrado em Piraquara e reserva requintes de crueldade. Um cachorro sem raça definida, de aproximadamente sete meses, foi resgatado pela Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (Spac), com o apoio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dpma), na última sexta-feira (31). O cão ganhou o nome de Valente e não foi por acaso.
O animal foi encontrado por uma moradora, que prefere não se identificar, no bairro Vila Juliana, em Piraquara, no dia 26 de agosto. O cão estava amarrado e esticado pelas patas da frente e de trás em duas estacas, com um osso de costela enfiado na garganta e com o ânus sangrando. A moradora soltou o cão e o levou para casa, mas Valente fugiu e foi encontrado novamente, bastante debilitado, na sexta-feira, dia 31.
A moradora ligou para a Sociedade Protetora dos Animais, que por sua vez entrou em contato com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. "Queremos que a polícia apure esse caso, pois a violência contra o animal foi grande. Quem faz isso com um animal pode fazer com uma criança, uma mulher", denunciou a vice-presidente da Spac, Soraya Simon.
De acordo com Soraya, ainda não é possível afirmar que houve tortura por via sexual contra Valente, mas os indícios são fortes. "A suspeita é essa, não temos como confirmar, mas a pessoa que encontrou o cão disse que ele estava com o ânus bem dilatado. A denunciante diz que maus-tratos com animais na região são comuns", explicou.
O cão Valente está em tratamento e futuramente será colocado para a adoção. "Provavelmente ele tenha algumas seqüelas, mas caso apareça alguma família interessada na adoção, ele será encaminhado", afirmou Soraya.
Na tarde de terça-feira (4) será feita uma radiografia em Valente, para saber se houve lesão óssea, pois há suspeita de afundamento da bacia. "Não dá para afirmar que o animal foi torturado sexualmenhte, por enquanto, pelo que eu vi. O cão pode ter sido vítima de uma virose muito violenta. São diversos fatores, mas o que o Valente apresenta não é causado só por tortura sexual. Pode ter havido muitas outras patologias", afirmou a veterinária Andreza Campos.
O cão chegou à Sociedade Protetora extremamente debilitado, com os membros posteriores atrofiados, desnutrido, com possível deslocamento de pelve, barriga machucada, incontinência urinária e muita diarréia. Segundo a veterinária, porém, o animal está reagindo bem ao tratamento.
Investigações
De acordo com o superintendente Celso Gomes Ribeiro, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dpma), as investigações estão na fase inicial, mas já há um suspeito.
"Fomos comunicados na sexta-feira (31) sobre um animal com vestígios de ter sofrido uma bestialidade, na Rua São Sebastião, na Vila Juliana, em Piraquara. A investigação está em estado inicial, mas já nos foi dado um perfil preliminar de uma pessoa que mora na região, que já passou por tratamento psiquiátrico e que usa drogas. Essa pessoa ainda não foi localizada nem identificada", afirmou o superintendente Ribeiro.
Caso seja comprovada que houve tortura sexual contra Valente, o crime também será enquadrado como maus-tratos e a pessoa pode pegar uma pena de 3 meses a 1 ano de reclusão e multa. Se for provado que houve "apenas" maus-tratos a pena será a mesma (3 meses a 1 ano).
A diferença, segundo Ribeiro, é que se o infrator foi condenado por ter intrudozido algum objeto no ânus do animal, "ele vai ser submetido a exames para ver se há condições de continuar com a convivência em sociedade. Pois em tese, quem faz isso com um animal pode fazer com um ser humano", definiu o superintendente.
Quem quiser ajudar com doações ou até mesmo adotar o cão Valente pode entrar em contato com a Sociedade Protetora pelo telefone 3256-8211.
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