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Encontro debate formas sustentáveis para funerais e sepultamentos

 | Ilustração Felipe Mayerle
(Foto: Ilustração Felipe Mayerle)

Apenas 3% da população mundial se preocupa em ter um funeral sustentável do ponto de vista ecológico, causando menos impacto ao meio ambiente, segundo dados apresentados na Convenção Internacional da Indústria Funerária, que aconteceu no mês de setembro em Milão, na Itália. Com mais de 80 países participantes, com culturas diferentes para funerais e destinação dos corpos, a ideia era apresentar novas soluções que respeitem os costumes dos povos e minimizem os danos ao meio ambiente. Entre as tecnologias apresentadas, está a chamada biocremação.

“A biocremação, também chamada de cremação por hidrólise alcalina, acelera o processo de decomposição na cremação a 300.°C, enquanto a cremação tradicional chega a 1.200.°C. Ela usa calor, pressão e a substância alcalina”, explica a diretora do Crematório Vaticano, Mylena Cooper. Segundo ela, essa técnica minimiza em até quatro vezes a emissão de carbono e gasta menos energia. “Enquanto o corpo está decompondo, ainda gera impacto. A biocremação já é utilizada nos Estados Unidos. Aqui, precisa ser apresentada para o Instituto Ambiental do Paraná e para o Serviço Funerário de Curitiba”, diz a diretora. Ela acredita que até 2017 o sistema possa ser implantado na capital, que deve ser a primeira cidade da América Latina a adotar o método.

Assim como a cremação tradicional enfrentou resistência quando chegou ao Paraná, há 15 anos, a biocremação também pode demorar a ser aceita. “Essa opção é chocante a princípio, assim como a cremação, que quando chegou ao estado já estava avançada no mundo todo. Atualmente, o Paraná é o segundo estado do país mais adepto à cremação, perde apenas para o Rio Grande do Sul. A cultura vai se moldando conforme as necessidades”, afirma Mylena.

Financeiramente, a cremação é tão viável quanto o sepultamento comum. Custa em torno de R$ 3 mil e a biocremação, segundo o Crematório Vaticano, vai seguir essa linha de preço.

Hoje, 8% das famílias do Brasil optam pela cremação, segundo Mylena. A maioria ainda prefere o sepultamento tradicional, que é mais impactante ao meio ambiente. “Mais de 80% dos cemitérios são antigos, não atendem às normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente e contaminam os lençóis freáticos com o necrochorume”, diz.

Entre os novos sistemas de destinação dos restos mortais, para quem é adepto da cremação, estão técnicas que permitem minimizar os impactos causados pelo indivíduo ainda em vida. “São as urnas biodegradáveis, é um destino menos impactante, pois elas podem ser plantadas junto com sementes ou flores”, explica. Esse serviço é oferecido há cerca de cinco anos no crematório de Curitiba. Agora, a empresa busca oferecer também urnas de sal marinho e areia, que tornariam o impacto ambiental ainda menor. Cada urna custa, em média, R$ 300 e é feita a base de tintas naturais, urucum, sementes e folhas secas.

Para que as cinzas possam ser jogadas no mar, também foram desenvolvidas urnas em formas de conchas. “Se as cinzas forem jogadas diretamente no mar, o vento faz voltar no rosto dos familiares, então, essa urna pode ser jogada junto com as cinzas”, esclarece Mylena.

Lista de falecimentos - 17/10/2015

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