Rio Endereços em comum, sócios compartilhados e constante rodízio entre si caracterizam a "teia de empresas" identificada como pertencente aos acusados de envolvimento em fraudes contra a Petrobrás reveladas na Operação Águas Profundas da Polícia Federal. Levantamento feito pela deputada estadual fluminense Cidinha Campos (PDT) na Junta Comercial do Rio mostra que algumas relações societárias são mais antigas há companhias constituídas ainda nos anos 90 e as atividades econômicas principais são díspares, indo da área de engenharia à representação comercial.
Para a PF e o Ministério Público Federal, os acusados usavam sociedades fantasmas para lidar com o dinheiro desviado da Petrobrás, emitindo notas fiscais frias e sonegando impostos. De acordo com a estatal brasileira, que realiza auditoria interna, a máfia dos estaleiros promovia fraudes em licitações da empresa há pelo menos quatro anos.
Um exemplo desta rede se refere à Angraporto Offshore Logística Ltda., que o Ministério Público acusa de ser a operadora das fraudes e de vazamentos de informações sigilosas. Pelo menos três de seus sócios aparecem como sócios de outras empresas: Fernando Stérea, Mauro Zamprogno e Wladimir Pereira Gomes. Duas delas funcionam no mesmo endereço.
Também chamam a atenção as movimentações e trocas de sócios nas empresas, algumas no espaço de poucos meses. E ainda há empresas criadas muito antes das fraudes reveladas pela Operação Águas Profundas, que teriam começado em 2003. A Coferco Log, por exemplo, é de 1999. E a Petruscar Locadora de Veículos, começou as atividades em 3 de abril de 1997.