Além dos caprichos climáticos e das oscilações do mercado, o maior inimigo dos pequenos produtores rurais de Curitiba chama-se IPTU. Como a cidade tecnicamente não possui zona rural, os proprietários são taxados pelo valor do terreno urbano – que, teoricamente, vale muito mais que uma área semelhante na zona rural, que paga o Imposto Territorial Rural (ITR). Se fossem taxadas pelo ITR, as áreas cultivadas em Curitiba seriam isentas, pois o imposto incide somente sobre as propriedades acima dos 50 hectares – e a área total destinada à produção agrícola na cidade soma 366 hectares.

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Para tentar minimizar o peso do imposto para os proprietários rurais, a Secretaria Municipal de Finanças oferece descontos entre 40 e 80% a produtores de hortifrutigranjeiros e pecuaristas com áreas de no mínimo 10 mil metros quadrados (1 hectare).

O abatimento porém não alivia a situação de todos os produtores. "Vários estão endividados, alguns com a corda no pescoço", ressalta Edson Pereira, gerente de produção agrícola da Secretaria Municipal de Abastecimento (SMAB). "Tanto que essa é uma grande preocupação da Secretaria Municipal de Abastecimento, que, com a ajuda da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), está recorrendo à Secretaria Municipal de Finanças para que os produtores sejam taxados de maneira diferenciada."

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Luiz Eduardo Sebastiani, titular da Secretaria de Finanças acena com boas notícias. "Estamos estudando uma política de incentivo fiscal maior ainda para contemplar essas pessoas, com um estímulo específico à produção de orgânicos", destaca. Segundo o secretário, os estudos devem ser concluídos até o fim do primeiro semestre.

Serviço: A SMAB mantém programas de incentivo à produção agrícola na capital, oferecendo maquinário, sementes, insumos e assistência técnica informações no telefone (41) 3361-2354.