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Engajamento da comunidade ajuda Foz do Iguaçu a reduzir focos de dengue

Na lista dos municípios paranaenses com epidemia de dengue, com 2.622 casos confirmados desde agosto do ano passado, Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, registrou uma diminuição considerável no último Levantamento Rápido do Índice de Infestação do mosquito Aedes aegypiti (LIRAa).

Segundo dados da pesquisa, divulgada na terça-feira (15), um a cada cem imóveis da cidade registrou criadouros do inseto, uma redução de 6,09% (em janeiro) para 1,19%, que traz otimismo à população e coloca a situação da cidade bem próxima do aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 1%. Em todas as regiões da cidade houve diminuição no número de focos, mas foi na região sul houve a queda mais expressiva, baixando de 10,35% para 0,78%.

Apesar da redução, o chefe do Centro de Controle de Zoonoses do município, André de Souza Leandro, alerta que os resultados só devem começar a aparecer em prática a médio ou longo prazo. ”Ao longo do tempo a expectativa é que diminua a quantidade de larvas e focos do mosquito, mas infelizmente a transmissão do mosquito adulto ainda deve continuar ocorrendo nas próximas semanas”, explica.

Trabalho intenso

Segundo Leandro, a diminuição dos focos de proliferação do mosquito é resultado de um intenso trabalho conjunto realizado em três frentes principais: fiscalização, envolvendo agentes comunitários de saúde e endemias, fiscais da Vigilância Sanitária e da Secretaria da Fazenda, com apoio do Exército; orientação, com a participação dos órgãos de comunicação, comerciantes, professores, entidades religiosas, entre outros setores da sociedade; e ação, com a mobilização efetiva dos moradores.

“Foi fundamental termos gente em quantidade e tempo para poder desenvolver as ações, fora a efetiva participação da população, já que foi detectado que 80% dos problemas estavam concentrados nas casas, principalmente em relação ao lixo acumulado”, ressalta.

Como nos outros anos, a campanha contou com a aplicação parcial de fumacê em diversos pontos da cidade, mas ganhou mais força em virtude do surgimento de outras doenças transmitidas pelo mesmo mosquito, como a febre chikungunya, e, principalmente a possível ligação entre casos de microcefalia e a febre zika. As ações também contam com a participação de chaveiros, licitados para abrir imóveis fechados para que os fiscais possam realizar as vistorias.

Os próximos passos da campanha “Cidade Limpa, População Saudável” devem focar na manutenção de ações preventivas visando o fim da epidemia na cidade. “Devemos criar a cultura de manter sempre limpas as casas e a cidade inteira. A população deve continuar limpando os seus terrenos e denunciando lugares que não possui acesso, como casas fechadas ou imóveis abandonados”. Medidas de educação também devem continuar sendo promovidas nas salas de aula do município.

De acordo com o informe técnico divulgado pela Secretaria de Saúde na terça-feira (15), já são 14.275 casos de dengue distribuídos em 271 municípios do Estado. Em Foz, duas pessoas morreram em decorrência de sintomas causados pela doença.

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