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Saúde

Enquanto todo o mundo está acordando, eles estão indo dormir

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Vídeo: (Foto: RPC TV)

A noite cai e enquanto a maioria das pessoas se prepara para dormir, eles estão apenas começando mais um turno de trabalho. Porteiros, vigilantes, enfermeiros, coletores de lixo, balconistas de farmácia, atendentes de loja de conveniência... todos esses profissionais têm uma coisa em comum: trabalham enquanto o restante das pessoas está dormindo. Mas eles não são os únicos a habitar a madrugada. Há quem troque a noite pelo dia por gosto ou por características biológicas.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com a USP, Unifesp e a Universidade Federal do Rio Grande no Norte, com cerca de 20 mil pessoas (1.000 delas do Paraná), constatou que 10% da população são compostos pelos chamados vespertinos.

De acordo com o pesquisador Fernando Louzada, do Departamento de Fisiologia do Setor de Ciências Biológicas da UFPR, que participou do estudo, são características genéticas individuais que determinam se a pessoa tem mais tendência a ser matutina ou vespertina. O aposentado Newton Ricardo e Silva é um típico vespertino. Costuma dormir por volta das 5 horas e acorda em torno de meio-dia. "Sempre gostei de dormir tarde e acordar tarde. Hoje passo as noites na internet, jogando ou vendo filmes", conta.

O problema é que nem sempre dá para aliar preferência pessoal e rotina de trabalho. E quando essas duas coisas não batem as consequências para a saúde podem ser diversas. "Quando os horários de trabalho ou escola entram em conflito com as preferências individuais ocorrem os maiores problemas. Algumas pessoas vespertinas que têm que acordar muito cedo simplesmente não se adaptam. Chegam atrasadas, ficam de mau humor, têm baixo desempenho", exemplifica.

O engenheiro mecânico Cláudio Romero, de 30 anos, trabalha das 23 h às 6h30 há um ano e meio. Chega em casa às 7 h e dorme até as 11 h, quando levanta para preparar o almoço dos dois filhos, de 5 e 7 anos. De tarde, Cláudio também não descansa: faz fisioterapia e aproveita para resolver assuntos pessoais e da casa. Com a rotina puxada, só consegue descansar nos fins de semana em que não está de plantão. "Deixo as crianças com alguém da família e chego a dormir durante 25 horas", conta.

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