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Apesar da soberania das universidades públicas, a PUC Paraná e a Universidade Positivo (UP), duas das maiores instituições particulares de ensino do estado, investem em pesquisa científica. De acordo com Waldemiro Gremski, diretor de pesquisa e pós-graduação da PUC, há necessidade de preparação institucional para se chegar aos projetos científicos. "A PUC, nas décadas de 1980 e 1990, começou a titular seus professores. De cerca de 1,2 mil docentes, há, atualmente, 500 doutores", afirma.

A partir daí, criaram-se programas de mestrado e doutorado. Hoje, a instituição oferece 14 cursos de mestrado e sete de doutorado. Os investimentos anuais da PUC são de R$ 15 milhões, mais R$ 1,5 milhão previsto para viagens dos docentes. "É um incentivo ao professor, que gera benefícios para a instituição", argumenta Gremski.

Na UP, os três cursos de mestrado e o de doutorado têm investimentos de R$ 5 milhões ao ano. E o gasto com insumos ultrapassa os R$ 300 mil. "Tentamos trabalhar com empresas de diversas linhas e temos alguns projetos que estão dando certo, sobretudo na área de gestão ambiental", comenta Marco Aurélio Carvalho, diretor de pesquisa e desenvolvimento da UP. Carvalho ressalta a necessidade de uma política governamental específica. "Não adianta focar apenas na pesquisa de base. Além de cara, tem resultados que aparecem no longo prazo. Deveria haver incentivo para projetos produtivos, focando em produtos para as empresas", opina.

Mesmo com recursos menores, essas instituições levam vantagem sobre as públicas por oferecerem relacionamento mais direto com as empresas. "Um bom projeto de pesquisa é facilmente vendido por não haver burocracia", diz Gremski.

Bolsas

A vida de um pesquisador começa antes da obtenção dos títulos de mestre ou de doutor. Durante a graduação, o acadêmico começa a se dedicar à pesquisa científica, acompanhando o trabalho dos pesquisadores. "As bolsas são a porta de entrada para quem pretende seguir carreira. Multiplicamos as nossas bolsas de iniciação científica e criamos bolsas de iniciação científica júnior, pensando em alunos de ensino médio que pretendem seguir a carreira", afirma o presidente da Fundação Araucária, José Tarcísio Trindade.

Dados do CNPq mostram a multiplicação de bolsas no país. Em 2000, foram distribuídas mais de 320 mil apoios a pesquisadores. Seis anos mais tarde, o índice quase dobrou, chegando a mais de 600 mil. Para o exterior, os números de bolsas se mantiveram estáveis: 24.406 (2000) e 24.951 (2006). Houve, contudo, aumento considerável em 2002 (55.674).

De acordo com o professor Paulo Roberto Brofman, da PUC Paraná, a maior parte dos projetos brasileiros ainda é desnvolvida em pequenos grupos, com mais quatro ou cinco participantes. Em menor escala, há projetos de pesquisadores experientes e renomados. "São grandes estudos. Conseguem captar muito dinheiro e agregam dez, vinte, trinta pessoas", diz.

Para incentivar não só os novatos, a Fundação Araucária criou uma bolsa por produtividade, para manter pesquisadores que atuam em projetos de destaque no Paraná.

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