Uma pesquisa realizada pela rede CNN apontou que crianças de até 13 anos acessam as redes sociais até mais de cem vezes por dia. Dividindo esse número pelas 15 horas em que uma pessoa está acordada – contando as nove horas de sono recomendadas pela National Sleep Foundation, dos EUA – o resultado equivale a cerca de um acesso a cada dez minutos.
De acordo com o levantamento feito pela emissora com 216 crianças de 13 anos em seis Estados Americanos, 8% delas acessam as redes sociais mais de cem vezes por dia aos fins de semana. Nos dias de semana, a maior frequência é de seis a dez vezes por dia.
“Nós encontramos várias evidências de que, se isso não for vício em rede social, é uma dependência pesada”, afirmou Robert Faris, um dos autores da pesquisa à CNN.
E o principal motivo apontado pela pesquisa para checar às redes sem postar é que as crianças se sentem entediadas. Foi assim que 80% dos entrevistados responderam.
Na pesquisa, os entrevistados responderam a um questionário on-line e concordaram em ter todo o conteúdo que postavam no Twitter, Facebook e Instagram, entre setembro de 2014 e abril de 2015 armazenado nas redes sociais para ser analisado.
Outros motivos apontados pelos jovens adolescentes é se conectar aos amigos (71%), ver se os posts estão rendendo curtidas e comentários (61%) e ver o que os amigos estão fazendo sem o entrevistado (36%).
Esse fenômeno tem um nome. É chamado de “medo de ser deixado de lado” (Fear of Missing Out, em inglês). De acordo com o estudo, é a apreensão de que os outros podem estar tendo experiências recompensadoras sem você.
Entre os entrevistados, 47% disseram que se sentem de alguma forma ansiosos pelo medo de ser deixado de lado. Para 23%, há essa preocupação uma ou duas vezes por semana.
“Nessa idade, as pessoas ficam muito ansiosas em como elas se encaixam a um grupo, em que posição estão e como é o seu relacionamento com amigos. Há medo de se colocar fora das redes sociais, e eles esperam receber muitas curtidas e comentários, mas sempre há a chance de alguém dizer algo malvado”, disse a psicóloga Marion Underwood, coautora da pesquisa.
Outro problema encontrado pela pesquisa é que os pais não fazem ideia do que está acontecendo com seus filhos nas redes.
Embora adultos e crianças concordem que há algum tempo de monitoramento nas redes, dos 22% dos pais que disseram acompanhar o que as crianças postam, metade de seus filhos disseram que essa fiscalização não é tão forte.
Em um dos casos, uma mãe afirmou que a filha não tem acesso ao celular depois das 20h em dias da semana, embora a filha seja uma usuários frequente das redes sociais e conhecida por publicar ofensas e xingamentos.
Sofrimento online
A pesquisa também mostrou que os pais não entendem o sofrimento dos filhos por causa da sua atividade on-line. Segundo o estudo, 94% dos adultos subestimam as consequências de uma briga na web em que as crianças se envolveram. E 62% não identificam de qual forma os filhos se sentem sozinhos.
O levantamento constatou, ainda, que o Instagram é a rede social mais popular entre as crianças pesquisadas, com 63% delas usando-a de forma frequente. A taxa de usuários constantes do Twitter é de 34%, enquanto apenas 20% usam o Facebook sempre.
A queda na popularidade da rede social de Mark Zuckerberg pode ser explicada por ser lá onde os adultos – incluindo os pais – estão.
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