Jacarezinho - Todos os dias, cerca de 600 pessoas buscam atendimento médico e laboratorial na sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte Pioneiro (Cisnorpi). São pessoas sem condições de pagar por uma consulta ou exame laboratorial e que vivem em uma das 22 cidades da região onde a figura do médico especialista ainda é algo distante da realidade.

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O consórcio foi a saída que as cidades do Norte Pioneiro encontraram, em 1994, para poder centralizar o atendimento por especialidades e desafogar o sistema de saúde, sobretudo dos pequenos municípios. O diretor-executivo do Cisnorpi, Alfredo Ayub, explica que o consórcio é um modelo de gestão de saúde pública que funciona porque dá condições de municípios pequenos atenderem sua população sem precisar fazer investimentos que a maioria das cidades pequenas não tem.

Porém, a dificuldade em en­­contrar profissionais dispostos a trabalhar na região e receber um salário infinitamente menor do que na iniciativa privada ainda impede que a população regional tenha acesso a outras especialidades, como por exemplo, reumatologia e hematologia.

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Segundo o diretor do consórcio, para se ter uma ideia, um especialista recebe através da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) R$ 10 por uma consulta. Na iniciativa privada ou em sua própria clínica, essa consulta pode custar até R$ 300, dependendo da especialidade. "Dificilmente ele [o médico] vai largar a sua clínica para trabalhar aqui."

Referência

Ayub explica que o consórcio absorveu os antigos centros regionais de especialidades, aproveitou os incentivos dos governos estadual e federal e passou a ser referência no atendimento público na área de saúde. "Além de não ter recursos para criar uma estrutura como essa, sozinho, qualquer um dos municípios da nossa região também não teria sequer condições de manter essa mesma estrutura funcionando", diz.

O Cisnorpi oferece cerca de 6 mil consultas e exames por mês, e é responsável pela gestão do Hospital Regional do Norte Pioneiro. O orçamento do consórcio é de R$ 9,7 milhões. Cada município paga R$ 0,50 por habitante – R$ 0,30 para o consórcio e R$ 0,20 para o hospital. Consultas e exames são confirmados por meio de agendamentos nas unidades de saúde de cada um dos municípios consorciados.

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