Revisão
Contriuições irão aperfeiçoar o edital, diz secretário
De acordo com o secretário municipal do Planejamento, Fábio Scatolin, as 65 contribuições recebidas pela prefeitura, incluindo as encaminhadas pelas entidades como o Crea-PR e o Dieese, geraram mais de 500 intervenções e, algumas delas, deverão aperfeiçoar a minuta. O titular da pasta municipal, entretanto, descartou mudanças drásticas. "Não serão alterados itens como direção e traçado. Mas há sugestões que podem melhorar o edital", disse. A prefeitura não comentou as críticas feitas pelas entidades.
Na última sexta, segundo Scatolin, o Ministério das Cidades aprovou o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica (EVTE) do metrô curitibano e agora aguarda apenas a entrega do edital para liberar os R$ 800 mil que se somarão ao R$ 1 bilhão que já estava liberado para a obra. A primeira fase do metrô, que ligará a
CIC-Sul a Rua das Flores, custará R$ 4,6 bilhões.
"A Comissão de Gestão de Parceria Público Privada (CGPPP) está analisando as contribuições recebidas e depois irá encaminhar a minuta final ao prefeito.
O passo seguinte é remetê-la ao Ministério [das Cidades] para abrirmos a licitação", relata.
Tarifa
Para evitar que se crie um imbróglio em torno da tarifa técnica do metrô semelhante ao hoje enfrentado no transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana, o escritório regional do Dieese recomendou maior clareza sobre como se chegou aos R$ 2,45 previstos como teto para a licitação do metrô. O valor foi estabelecido pelo Consórcio Triunfo, vencedor do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) fase anterior ao lançamento da minuta do edital. Inicialmente, seriam R$ 2,71, mas a prefeitura diminuiu essa remuneração devido à desoneração de tributos sobre o transporte público e ao aumento de 2% para 5% do porcentual previsto com receitas acessórias (locação de espaços comerciais em estações).
Alerta
Veja quais são os pontos questionados pelas instituições na minuta do edital do metrô:
Não está definido quem irá fiscalizar a execução do projeto e nem como o fará.
Não há clareza quanto sobre como se chegou ao valor teto de remuneração (R$ 2,45).
A revisão na remuneração em favor do poder público não acompanha o mesmo critério da previsão para a iniciativa privada.
Integração entre ônibus e metrô está prevista, mas não há definição sobre como ela ocorrerá e nem quanto custará.
Não são listadas quais informações técnico-operacionais a concessionária terá de repassar à prefeitura para receber a contraprestação de R$ 30 milhões anuais.
Não relaciona os projetos e custos das intervenções urbanísticas que deverão ser realizadas nas regiões por onde irá passar o metrô.
Sem a pesquisa de origem e destino, a projeção de demanda de passageiros do documento é vista pelas entidades como "frágil".
O período de consulta pública à minuta do edital do metrô de Curitiba terminou na semana retrasada com 65 contribuições ao texto, que, segundo a prefeitura, não irão alterar itens como o traçado da linha e sim apenas aperfeiçoar o edital final. No entanto, entidades como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR) e Dieese apontaram diversas falhas no projeto do novo modal.
Segundo esses órgãos, a minuta do edital não diz como será a integração entre ônibus e metrô, não define quem fiscalizará os serviços de engenharia e não exige que a concessionária repasse informações sobre a operação apesar de prever uma contraprestação de R$ 30 milhões anuais de acordo com o cumprimento de metas operacionais. Outro fato criticado é a ausência da metodologia que definiu a tarifa remuneração em R$ 2,45 (as empresas interessadas na licitação terão de apresentar um valor menor ou igual a esse).
Ao todo, foram destacados sete pontos que poderiam ser alterados ou incluídos no edital. O coordenador Nacional da Câmara de Engenharia Civil, Luiz Capraro, diz ter sentido falta, por exemplo, de um item que obrigue o consórcio a repassar informações técnico-operacionais como tempo de espera, lotação e conforto térmico em estações e trens. "Isso nos preocupa porque a ideia do metrô não é simplesmente receber os usuários dos ônibus, mas com sua qualidade, captar novos usuários desafogando o trânsito", diz.
Demanda
A projeção da demanda foi um dos itens comuns às manifestações dos três órgãos. O total de passageiros esperados no metrô foi calculado com base na utilização atual dos ônibus do eixo Norte-Sul e numa projeção futura: são estimados 248 mil usuários por mês no novo modal em 2018, volume que ultrapassaria os 600 mil a partir de 2049. A minuta, porém, não se baseia em uma pesquisa de origem e destino levantamento comum às grandes cidades mundiais e que deverá ser licitado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc) neste ano.
O Dieese apontou ainda para um possível equívoco na definição das revisões de remuneração. A minuta do edital do metrô prevê revisões a favor da concessionária no caso da demanda real ficar 15% abaixo da projeção contratual. Já a revisão a favor do poder público ocorreria apenas quando a demanda for superior a 40% do estimado.
A indefinição sobre a integração entre o metrô e o ônibus também foi criticada. A minuta prevê essa integração, mas não diz como ela ocorrerá. "A integração será por hora, por dia ou irá variar de acordo com o trajeto? Tem de definir isso agora e não depois", argumenta Capraro.
Especialista elogia modelo de PPP
Para o advogado Rodrigo Sarmenta Barata, especialista em Infraestrutura e Direito Público, o projeto de Parceria Público Privada (PPP) previsto na minuta do edital do metrô curitibano segue o que o governo de São Paulo lançou para linha 6-Laranja do metrô e é um avanço na contratação de obras públicas.
"Nesse formato, o valor da obra não varia tanto como a gente costuma ver em outras obras públicas. Isso porque o poder público pode fazer o aporte de recursos antes da execução da obra, de modo que a concessionária não precise captar empréstimos para tocar o empreendimento", explica Barata.
Segundo o especialista, as construtoras responsáveis pela linha 4-Amarela do metrô de São Paulo, por exemplo, receberam pela obra apenas após a entrega do serviço. Questionado se essa não seria uma forma de garantir a qualidade na prestação do serviço, Barata argumentou que isso já estaria garantido quando a licitação é realizada em conjunto. "A concessionária precisa entregar algo de qualidade porque ela é quem irá operar depois", justificou.
No entanto, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR), Jeferson Dantas Navolar, não vê na PPP a melhor forma de garantir a qualidade da obra do metrô. "Nesse formato [PPP] não há a previsão de elaboração dos projetos com antecedência, entregando essas definições ao concessionário. Isso pode ter um peso maior em razão da economicidade, mas ocorre em detrimento do usuário", argumenta.
STF inicia julgamento que pode ser golpe final contra liberdade de expressão nas redes
Plano pós-golpe previa Bolsonaro, Heleno e Braga Netto no comando, aponta PF
O Marco Civil da Internet e o ativismo judicial do STF contra a liberdade de expressão
Putin repete estratégia de Stalin para enviar tropas norte-coreanas “disfarçadas” para a guerra da Ucrânia
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora