![Mesmo com chuva, cerca de 100 manifestante participaram de ato que comemora fim da classificação da homossexualidade como doença mental. | Rafael Costa/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2016/05/970f236e7b38ff706149f3cad18964e6-full.jpg)
Entidades do movimento LGBT realizaram na tarde deste domingo (22) a primeira Marcha pela Diversidade em Curitiba. O evento é a última atividade da Semana da Diversidade, promovida pelo Transgrupo Marcela Prado, o Grupo Dignidade e a União Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais Travestis e Transexuais (UNA LGBT) para marcar o Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia.
A data é comemorada em 17 de maio, dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, em 1990. O lema internacional este ano é “saúde mental e bem-estar”.
Sob chuva, em torno de 100 pessoas – principalmente jovens – se reuniram na Rua João Negrão, ao lado da Praça Santos Andrade, onde foi feita a concentração da marcha a partir das 13h30, com participação do bloco de pré-carnaval Garibaldis e Sacis. A marcha começou a percorrer a Rua Marechal Deodoro por volta das 15h40. A expectativa da organização era que até 1,5 mil pessoas passassem pela marcha até o fim do evento, na Boca Maldita, onde foi montado um palco para apresentações de artistas LGBT.
“Já tínhamos o entendimento de que não seria um megaevento como a Parada”, diz Rafaelly Wiest, presidente do Transgrupo Marcela Prado. “Mas, mesmo com toda essa chuva, as pessoas vieram. Isso é uma mostra de que as pessoas de orientação sexual homossexual lutam por respeito”, diz.
Mesmo com o clima festivo, a Marcha pela Diversidade é diferente da Parada Gay, explica o diretor executivo do Grupo Dignidade, Toni Reis.
“A Parada, que acontece sempre no segundo semestre, é mais para a celebração da diversidade. A marcha é para comemorar o dia 17 de maio”, explica. “Ela é menor, mais politizada. Tivemos 12 eventos preparatórios”, diz.
A semana teve seminários, palestras, oficinas e debates em sete universidades e Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato). As atividades tiveram apoio da prefeitura de Curitiba e do governo do estado.
Rafaelly explica que outra característica desta primeira edição da marcha foi uma maior participação de travestis e transexuais nas atividades do trio elétrico. A apresentação da marcha foi feita por uma travesti, Brendda Montilla, de 19 anos.
“A marcha, justamente em um dia de chuva como este, veio mostrar que é mais que só uma festa. É um ato cívico”, diz Brendda.