Diante do cenário cada vez mais concreto do Mais Médicos, que saiu definitivamente do papel nesta segunda-feira (2), com o início das atividades dos profissionais brasileiros, as entidades da categoria agora centrarão esforços em diálogos no Congresso Nacional para tentar modificar alguns pontos da medida provisória que instituiu o programa.
Antes, as entidades tentaram, sem sucesso, barrar a medida provisória na Justiça. Agora, a ideia é conseguir aprovar pelo menos parte das 560 emendas que já foram apresentadas. Geraldo Ferreira Filho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), diz que tem participado de reuniões na Câmara para discutir com deputados questões em que há espaço para negociação com o governo. Uma das questões cruciais, diz Ferreira, é exigir a revalidação do diploma de profissionais formados no exterior.
Outro ponto é a criação de uma carreira federal para profissionais da atenção básica, nos moldes do Judiciário, para fixar os médicos no interior. Por fim, as entidades também continuarão defendendo a formalização do vínculo de trabalho. "Não dá mais para dizer que somos contra tudo. Vamos trabalhar nas emendas para tentar tornar o programa o mais próximo daquilo com o que concordamos", diz Ferreira.
Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), diz que a entidade vai trabalhar para "mudar radicalmente a medida provisória". "O problema da saúde pública é o subfinanciamento, a má gestão e a corrupção. Nenhum desses itens será resolvido por essa medida provisória." Carlos Vital, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), diz que o conselho vai "até o fim" nas discussões com o governo e ressaltou a polêmica da revalidação dos diplomas estrangeiros.
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