O ano letivo começou com transtornos na Escola Municipal Professor Kó Yamawaki, no Bairro Alto, em Curitiba. Desde segunda-feira (22), duas das 12 salas de aula estão interditadas por causa da forte chuva que atingiu a capital no início da semana. Cerca de 140 alunos foram afetados porque tiveram que ser realocados para outras dependências da instituição, que foi inaugurada há quatro anos e meio, a um custo de R$ 2,2 milhões.
Das quatro turmas que não podem assistir às aulas nos locais inicialmente designados, uma delas realiza as atividades na sala de ensino de Artes, que, até a realização dos reparos, não pode ser usada por outros alunos. No entanto, a prefeitura afirma que nenhuma dessas crianças teve que deixar de assistir aulas - pois há espaços sobrando na escola. Além disso, os professores de Artes trabalham o conteúdo nas próprias salas de aula das crianças.
As salas tiveram de ser interditadas por causa do excesso de goteiras, que fez acumular muita água no chão e também danificou parte da instalação elétrica desses cômodos.
Pais de alunos ouvidos pela reportagem disseram que o problema é antigo, e que a escola vem enfrentando problemas estruturais desde que foi entregue à comunidade.
Poliana Almeida, mãe de duas alunas que estudam na Professor Kó Yamawaki, relatou que as crianças também reclamam constantemente do cheiro de mofo das salas, consequência das infiltrações. Uma foto enviada por ela à Gazeta do Povo mostra baldes espalhados pelas salas para conter a água que cai das goteiras.
A ex-presidente da Associação de Pais, Professores e Funcionários (APPF) da instituição de ensino, Debora Maldonado Baran, conta que os transtornos causados pelas chuvas assustaram a comunidade logo após a entrega da Professor Kó Yamawaki. Ela explicou que, embora tenha havido esforço para corrigir demais falhas, como as elétricas, a parte estrutural do telhado ficou de fora da lista de prioridades da prefeitura.
“Não e nem só pelas salas que foram interditadas, mas pelo risco a que todos os alunos estão expostos”, justifica Debora sobre a necessidade de pedir mais melhorias para a unidade.
Telhas metálicas causam problemas
A coordenação de obras da prefeitura confirmou que, hoje, o principal empecilho é a configuração da telha usada no projeto do imóvel, que é metálica. O material é mais frágil e, por isso, mais suscetível a amassaduras, que geralmente ocorrem quando os agentes de manutenção precisam subir para limpar calhas, por exemplo.
Durante visita da reportagem à escola, um dos engenheiros da prefeitura acompanhou nossa equipe. Luiz Marcelo Mochenski, coordenador de obras, explicou que telhas projetadas com esse tipo de material são comuns em obras mais novas de escolas e CMEIs da capital.
“Na maioria das vezes, o pessoal da manutenção sobe, pisa por cima das telhas e elas amassam. Por isso, a água não consegue chegar até a calha e vai direto para a laje”, descreveu. O engenheiro descartou a possibilidade de comprometimento da estrutura do imóvel por causa das infiltrações constantes.
Recentemente, parte da escola passou por uma reforma viabilizada por verbas provenientes do Descentralização Financeira da Prefeitura Municipal de Curitiba. Já extinto, o mecanismo garantia certa autonomia para a instituição gerir seus recursos financeiros. À época, a direção da escola conta que gastou cerca de R$ 9 mil para reforçar o telhado.
A parte comprometida agora passará por uma reforma emergencial, prevista no contrato de manutenção mantido pela Secretaria Municipal de Educação. De acordo com a SME, as telas danificada serão substituídas. A pasta informou que o serviço ainda não foi feito porque a escola ainda não havia feito solicitação junto à Coordenadoria de Obra e Projetos da SME. A previsão é de que a construtora que assumir as obras visite a escola até essa sexta-feira (26) para fazer o levantamento de custos e agilizar a autorização do município.
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