Em entrevista à Gazeta do Povo nesta sexta-feira (29), o humorista Léo Lins comemorou a decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou determinação imposta pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que havia censurado um especial de comédia do comediante com mais de 3 milhões de visualizações no YouTube.
Na decisão anterior, agora suspensa, Léo Lins também havia ficado proibido de contar piadas sobre grupos considerados minoritários e até mesmo de se ausentar de São Paulo por mais de dez dias.
"A guerra judicial continua, mas vencemos a primeira batalha, e creio que um terreno importante para a liberdade de expressão foi conquistado", disse o comediante.
Mesmo com a permissão para que o especial de comédia de humor negro/ácido que reebe o nome de Perturbador seja reativado, o humorista afirma que não há previsão para que o show seja reativado. Isso porque no início de setembro uma nova decisão judicial censurou as contas de Léo Lins no Youtube e no TikTok, e aos perfis seguem bloqueados. A equipe jurídica do humorista tenta retomar os perfis nas redes sociais a partir da decisão de Mendonça.
"Uma parte dessa aberração jurídica caiu por terra. Creio ser uma questão de tempo para que o peso do bom senso termine de derrubar esse monstro da censura prévia", declara Léo Lins.
Em relação à censura que estava em curso e que o impedia de abordar determinados assuntos em shows e nas redes sociais, ele afirma que deseja "contar piadas apenas para quem quer ouvir". "Na realidade cada vez mais distorcida em que vivemos, até quem não escuta quer decidir o que terceiros podem consumir".
"Toda piada que conto é sempre buscando o riso, nunca a polêmica e jamais a dor. Talvez meu problema é que em um mundo onde impera a hipocrisia, quem fala verdades se torna polêmico", concluiu.
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