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Para o juiz federal Odilon de Oliveira, 60 anos, de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, as denúncias contra o tráfico de entorpecentes são frequentes. Porém, na sua opinião, deveria haver transparência na divulgação dos dados por parte das secretarias de segurança pública. Pela sua firmeza nas ações, Oliveira recebe ameaças constantes pelo telefone. Sua segurança é feita por quatro agentes federais. Em 2007, quando atuava em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, teve de trocar sua residência pela sala do fórum, por causa da condenação de 114 traficantes, com penas que chegavam a 900 anos. Até uma recompensa de R$ 300 mil para vê-lo morto circulava em jornais paraguaios. "Não temo a força do crime organizado".

O juiz conversou com a reportagem da Gazeta do Povo sobre os ajustes necessários no sistema de denúncia anônima para o combate ao tráfico de drogas.

Denúncia anônima

- "Quando atuamos nos casos, não sabemos qual a procedência da denúncia. Precisaria existir um banco de dados abastecido frequentemente. Assim, seria possível saber se o serviço público deveria ser mantido ou não."

Mudanças necessárias

- "Falta baixar uma portaria por parte das autoridades policiais para determinar a formação do banco de dados só com denúncias com relação ao tráfico."

Transparência

- "Na área estadual, que cuida efetivamente da segurança pública, as secretarias não querem escancarar para o povo a situação crítica."

- "Expor isso dói na carne dos gestores. Deveria ser o contrário, porque aí o povo saberia e não se revoltaria porque não tem nenhum resultado."

Fronteira

- "O número de prisões com relação ao tráfico não chega a 20% das atividades deliquenciais. Aqui (Mato Grosso do Sul), apreendemos mais drogas porque é o estado de maior trânsito." (AP)

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