Brasília A partir do dia 21, a CPI dos Sanguessugas ouvirá os depoimentos de Jorge Lorenzetti, analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT de Mato Grosso; e Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal. Os três são acusados de envolvimento na compra de um dossiê pelo PT contra políticos tucanos.
Terça-feira, por falta de quórum, a comissão cancelou a reunião administrativa para votar requerimentos de quebra de sigilos e de convocação para depoimentos. Segundo informações da CPI, os atrasos nos vôos em aeroportos do país impediram a chegada dos parlamentares em Brasília.
Acúmulo
A CPI dos Sanguessugas e o Conselho de Ética, os dois principais "focos" de atividade hoje no Congresso, acumulam centenas de requerimentos para votar e testemunhas para ouvir em um espaço inferior a dois meses.
A CPI tem uma "fila" de 206 requerimentos para votar até o dia 19 de dezembro, prazo para a entrega do relatório final. Nos requerimentos, os parlamentares pedem informações a órgãos públicos ou solicitam novos depoimentos. Apesar de alguns integrantes pedirem a prorrogação do prazo, ainda não há uma decisão definitiva sobre essa demanda.
"Estamos trabalhando continuamente e concluiremos o trabalho da melhor forma dentro do prazo estabelecido. Nós realizamos o objetivo, muito mais do que se imaginava, quando se criou a CPI, que era investigar o envolvimento de parlamentares com a compra superfaturada de ambulâncias", disse o senador Amir Lando (PMDB-RO), relator da CPI.
Já o Conselho de Ética teria que ouvir, em tese, 300 testemunhas até o fim deste ano, em razão dos processos contra 67 deputados acusados de envolvimento no esquema da máfia dos sanguessugas, devido as regras do órgão.
Processos
Como a maioria desses parlamentares acusados não se reelegeu, os processos devem continuar no próximo ano somente para cinco: João Magalhães (PMDB-MG), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Pedro Henry (PP-MT), Wellington Fagundes (PL-MT) e Wellington Roberto (PL-PB).
"Aqueles que erraram precisam ser punidos, mas os que não fizeram nada precisam ser absolvidos e ter os processos arquivados. As provas na maioria das vezes são insuficientes. Temos pressa e precisamos dar satisfação à sociedade. Aqui não haverá pizza", prometeu o presidente do Conselho, o deputado Ricardo Izar (PTB-SP).