São Paulo Enquanto a maior parte dos petistas diretamente envolvidos em irregularidades se elegeu para a Câmara dos Deputados, outro grupo, o dos chamados deputados de opinião, que atravessaram incólumes a profusão de escândalos, não conseguiu renovar o mandato.
A direção do PT não tem explicação para o fenômeno, mas os derrotados citam dois motivos: o loteamento da máquina partidária entre as tendências internas, que deixou desamparados os candidatos independentes, e a repercussão negativa dos escândalos entre o eleitorado com maior acesso à informação e que tradicionalmente vota em parlamentares de opinião.
"O PT inteiro paga o preço do delírio da elite do PT. As pedras atiradas contra o PT me acertaram", afirma o deputado Paulo Delgado (PT-MG), que não se reelegeu.
Do primeiro grupo fazem parte nomes como José Genoíno (SP), Antônio Palocci (SP), José Mentor (SP), João Paulo Cunha (SP) e Paulo Rocha (PA). Do segundo, Delgado, Antônio Carlos Biscaia (RJ), Sigmaringa Seixas (DF) e Luiz Eduardo Greenhalgh (SP). Outros parlamentares de opinião como José Eduardo Martins Cardozo e o senador Eduardo Suplicy tiveram menos votos do que em eleições anteriores.
Com a restrição da propaganda eleitoral, os candidatos dependeram mais do que nunca das máquinas partidárias.