Brasília A CPI dos Sanguessugas remarcou para o dia 21 de novembro os depoimentos de Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Jorge Lorenzetti, acusados de envolvimento na compra do dossiê antitucano. Os três foram ao Senado terça-feira para serem ouvidos, mas depois de acordo firmado entre parlamentares do governo e da oposição, a reunião acabou suspensa.
A data foi escolhida pelo presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), já que na semana que vem a comissão espera ouvir os ex-ministros da Saúde que ocupavam os cargos no período de atuação da máfia das ambulâncias: Barjas Negri (PSDB), Saraiva Felipe (PMDB), Humberto Costa (PT) e José Serra (PSDB).
O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE) começou a analisar os documentos enviados pela Justiça Federal de Cuiabá à comissão.
Segundo ele, o material será fundamental para instruir o "interrogatório aos ministros e aos acusados de participação na compra do dossiê.
Operação-abafa
Gedimar Passos negou ontem que tenha se encontrado com o ex-assessor da Presidência Freud Godoy na superintendência da PF em São Paulo, conforme reportagem da revista Veja sobre uma suposta "operação-abafa" contra as investigações do dossiegate.
Gedimar foi ouvido por cerca de quatro horas pelo delegado Moysés Eduardo Ferreira, responsável pela investigação interna da PF sobre a suposta operação.
Segundo a revista, Gedimar teria se encontrado com Freud, que supostamente coagiu o ex-policial para recuar em suas declarações de que o dossiê seria comprado a mando do ex-assessor da Presidência.
O encontro seria parte de uma operação da cúpula da PF para tentar abafar o caso do dossiê, que envolvia membros do comitê eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Aloízio Mercadante, então candidato do PT ao governo paulista, na compra de documentos contra candidatos tucanos.