As populações do Norte, Nordeste e Centro-Oeste são mais suscetíveis à cefaleia crônica. Já os moradores do Sul e Sudeste são mais propensos a enxaquecas. A constatação foi feita pelo neurologista Luiz Paulo de Queiroz, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e integrante da Sociedade Brasileira de Cefaleia, a partir de um levantamento com 3.848 pessoas de todo o país.
O estudo constatou uma prevalência de 20,5% de casos de enxaqueca no Sudeste e 16,4% no Sul. No Centro-Oeste, os registros ficaram em 9,5%, no Norte, 8,5% e no Nordeste, 13,6%. Já os diagnósticos de cefaleia crônica tiveram prevalência de 11,8% no Centro-Oeste, de 10,2% no Norte e de 7,7% no Nordeste. No Sul e Sudeste, a média da cefaleia ficou em 6,2%.
Para Queiroz, essas diferenças podem estar associadas ao fato de que nas regiões Sul e Sudeste é maior a presença de descendentes de europeus, mais suscetíveis à enxaqueca. Outro fator seria o estilo de vida mais competitivo e sujeito a situações estressantes. Já concentração de casos de cefaleia no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, pode ser decorrente das precárias condições de atendimento nos serviços públicos de saúde, o que leva à automedicação com analgésicos.
A enxaqueca é caraterizada por dor latente de um lado só da face, acompanhada de intolerância à luz. Já a cefaleia crônica produz uma sensação de dor em toda a cabeça.