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Mini-helicóptero, controlado em solo, vai mapear os morros afetados pelos deslizamentos | Walter Alves/Gazeta do Povo
Mini-helicóptero, controlado em solo, vai mapear os morros afetados pelos deslizamentos| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Abastecimento

Cidades ainda estão sem água

O abastecimento de água em Antonina foi interrompido novamente na madrugada de domingo. A principal bomba de distribuição da cidade estourou poucas horas depois de os técnicos consertarem um ponto prejudicado por deslizamento na noite de sábado. Falta água para 60% da população desde a manhã de ontem. Segundo o Corpo de Bombeiros, a tubulação pode ter sido obstruída por entulhos. O abastecimento deve ser normalizado hoje.

Em Paranaguá, a distribuição de água foi restabelecida em mais da metade dos bairros do município.

O fornecimento está limitado às residências e com 60% da capacidade. Os bombeiros mantêm a distribuição de água em pontos estratégicos da cidade.

Um equipamento com tecnologia robótica, construído há seis meses pela empresa curitibana Soft Mapping, vai auxiliar geógrafos da Minérios do Paraná (Mine­ropar), que faz o serviço geológico do estado, a realizar um mapeamento mais preciso dos morros considerados áreas de risco em Antonina, no litoral. A tecnologia foi trazida ao município pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (Ademadan), organização sem fins lucrativos.

O mini-helicóptero, que é controlado manualmente por um técnico em solo ou por um GPS, sobrevoou no último final de semana os morros afetados e os dois bairros desocupados preventivamente na cidade – Graciosa e Portinho – com uma máquina fotográfica e filmadora acopladas. Cerca de 665 pessoas que moravam na região e estão alojadas em casas de parentes ou em abrigos montados em Antonina. Um plano de voo com cinco missões foi programado.

As fotos vão ajudar na análise de novas áreas de risco e qual o comportamento dos morros afetados: Laranjeiras, Bom Brinquedo, Graciosa de Cima, Portinho, Tu­cunduva,Caixa D’água, Saivá, Penha e Cruz.

As imagens vão permitir que os geógrafos realizem o georreferenciamento da região. O equipamento se aproxima mais das encostas do que um helicóptero comum. Isso possibilita fornecer detalhes precisos, como o tamanho real dos deslocamentos que estão ocorrendo nos morros. "Poderemos saber quais são de fato as áreas críticas e onde há risco de novos deslizamentos", explica o geólogo da Mine­ropar Edir Edemir Arioli.

Segundo Arioli, os riscos de novos desabamentos hoje em An­tonina são mais localizados e de extensão menor do que o ocorrido nos morros do bairro Laran­jeira, mas há necessidade da continuidade dos monitoramentos realizados na semana passada pela Mineropar e também pelo Centro de Apoio Científico em Resgate da Universidade Federal do Paraná. O geólogo acredita que, além da construção de casas em morros (que é proibida por lei desde 1973), o volume de chuva e as enxurradas foram muito intensos, fazendo com que a paisagem modificasse o seu equilíbrio, levando aos deslizamentos.

Risco antigo

A Ademadan, cujos projetos são patrocinados pelo programa Petrobrás Ambiental, já havia alertado para as áreas de risco em Antonina, especificamente para o bairro Laranjeira, em um trabalho chamado Ecobairro, executado em 1999. "Mapeamos a fragilidade ambiental e procuramos alguns sinais claros, como rachaduras nas casas. Desde aquela época se sabia que ninguém poderia mais morar na região. Tivemos reuniões com moradores para alerta, mas pouca coisa mudou", salienta a coordenadora técnica-científica da Ademadan, Eliane Beê Boldrini.

As imagens captadas serão analisadas nesta semana pela Mine­ropar, que vai estudar quais áreas po­­dem ser reabitadas e quais de­­vem ser desocupadas permanentemente.

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