Pacientes que têm no transplante de medula óssea alogênico (com doador) a única chance de recuperação ganham, a partir deste mês, uma nova esperança. Isso porque o Hospital Erasto Gaertner, centro de referência nacional no tratamento contra o câncer, acaba de anunciar seu primeiro transplante nessa área.

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Com isso, sobem para dois os hospitais paranaenses preparados para transplantes alogênicos de medula óssea. No entanto, apenas o Hospital de Clínicas está apto a utilizar doadores não aparentados.

Transplantes alogênicos de medula óssea são aqueles que necessitam de um doador que não seja o próprio paciente. Eles podem ser realizados a partir de células-tronco retiradas de parentes ou pessoas sem esse vínculo. Nos casos de doadores não aparentados, o transplante é mais complexo, pela possibilidade de rejeição das células-tronco e pela medicação utilizada.

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Por enquanto, o hospital Erasto Gaertner vai oferecer pelo SUS apenas transplantes de medula óssea de doadores aparentados. O primeiro deles ocorreu no último dia 2, quando um jovem de 18 anos recebeu células-tronco retiradas do cordão umbilical de seu irmão mais novo.

"O menino nasceu há três anos. Como o paciente já estava com o problema, congelamos as células-tronco do bebê e, depois dos testes de compatibilidade, fizemos o transplante", conta o médico especialista em hematologia pediátrica, Lisandro Ribeiro. "Tudo correu bem e as expectativas quanto à recuperação do paciente são boas."

Ele explica que tudo gira em torno das células-tronco. Existentes em grande quantidade na medula óssea ou no cordão umbilical, essas células têm a capacidade de se proliferar intensamente, dando origem a novas e quaisquer células do sistema hematopoético (do sangue).

"O transplante de medula óssea, infantil ou adulto, é utilizado para substituir uma medula que não funciona direito ou uma medula que apresenta uma neoplasia, como a leucemia (câncer no sangue)", conta o hematologista.

Até o fim do mês o hospital – que desde 1997 faz transplantes utilizando células-tronco dos próprios pacientes – espera realizar mais dois transplantes alogênicos. Para dar conta da nova técnica, o corpo clínico foi ampliado. "Isso representa um crescimento importante para o hospital e um grande avanço para a medicina no Paraná", conclui Ribeiro.

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