Laudo entregue nesta quarta-feira (13) à Polícia Civil confirma que a universitária Luana Neves Ribeiro, de 21 anos, morreu por causa erros médicos cometidos enquanto esteve internada no Hospital de Base (HB), de São José do Rio Preto, a 440 quilômetros de São Paulo. Luana morreu no dia 4 de julho quando era submetida a preparativos médicos para fazer a doação da medula óssea para uma criança portadora de leucemia, do Rio de Janeiro. A morte levou o hospital a paralisar a coleta de medula para transplante e o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) e Polícia Civil a abrirem investigação.
O laudo, do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), atesta que a jovem teve a veia subclávia perfurada, o que causou hemorragia e um choque hipovolêmico - queda de pressão causada por grande vazamento de sangue - que a levou à morte. As perfurações teriam ocorrido durante a tentativa de se implantar um cateter para fazer a coleta da medula na veia subclávia (próxima da jugular) esquerda.
Os médicos não diagnosticaram as perfurações e liberaram a moça, que estava hospedada num hotel de Rio Preto. Quatro horas depois Luana seria levada à emergência do hospital reclamando de fortes dores e agonizou por mais de uma hora sem receber atendimento de médicos. Mas, ao ser assistida, foi novamente vítima de outros procedimentos errados, e não resistiu.
Hoje, o delegado João Lafayete Sanches Fernandes, do 5.º Distrito Policial (DP), onde foi aberto inquérito para apurar a responsabilidade pela morte da universitária, ouviu mais duas médicas, uma responsável pelo implante do cateter e outra que a atendeu na emergência. O médico também recebeu o laudo do SVO.
O documento mostra que houve "múltiplas perfurações em veias subclávia esquerda", como causa básica da morte. Em consequência surgiram hemorragias intratorácicas, que causariam o choque hipovolêmico. "O choque hipovolêmico resulta da perda sanguínea ou volume plasmático. Isso pode ser causado por hemorragia, perda líquida ou trauma, sendo que o choque é uma disfunção que se não corrigida leva à morte", diz o laudo.
Com o documento, o delegado espera poder apontar os responsáveis pela morte da universitária. O Hospital de Base informou por meio de sua assessoria que não se manifestará sobre o assunto até o encerramento da sindicância aberta para apurar o caso.
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