As péssimas condições da Rodovia do Xisto, BR-476, na divisa de Curitiba com Araucária, estão obrigando os motoristas a infringir a lei. Os buracos, a falta de sinalização e o mato que quase invade a rodovia se tornaram um desafio para quem dirige, e a única alternativa, muitas vezes, é o acostamento. Em um trecho de curva entre a empresa Kraft e a Petrobras, a falta de conservação da pista fez com que se formassem grandes poças de água. Os buracos ficam na faixa da esquerda, mas devido a curvas, os motoristas são obrigados a jogar os veículos para a pista da direita de forma brusca. A manobra pode gerar colisões laterais e também atrapalha o trânsito. Quem não consegue desviar a tempo, reduz a velocidade pela metade.
O Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (Dnit) informou que no trecho da rodovia que vai do Pinheirinho, em Curitiba, até Araucária haverá uma restauração nos próximos dez dias. A previsão é que até metade do mês as obras se iniciem. Estão previstos investimentos de R$ 9,6 milhões, utilizados para fazer a manutenção ou troca do asfalto, melhoria da sinalização e roçada do mato. O dinheiro vem do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e vai restaurar 24 quilômetros. As obras devem durar cerca de dois anos.
A Petrobras também está fazendo obras na Rodovia do Xisto. A empresa está construindo uma trincheira para melhorar o acesso à refinaria. A iniciativa faz parte da ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas. O projeto está sendo executado bem em frente à Repar e foi aprovado pelo Dnit, que está acompanhando as obras. A prefeitura de Araucária também está participando das obras com o objetivo de facilitar o acesso à cidade.
Transtorno
Os problemas da rodovia são enfrentados por Claudia Gelenski todos os dias há dois anos. Ela atua na área de segurança do trabalho em uma empresa de Araucária e também escuta reclamações cotidianas de funcionários. "Já chegamos até a mudar o trajeto do ônibus que faz o transporte dos colaboradores. E isso foi uma sugestão deles".
A via está com a sinalização velha, não há roçada ou manutenção do mato nas laterais e o asfalto está prejudicado em razão do alto tráfego de caminhões. Além disso, quem mora próximo da região e anda a pé também corre risco. Não há passarelas no caminho, nem lombadas, quebra-molas ou sinaleiros. Em 2005, o governo do estado chegou a interditar um trecho da Rodovia do Xisto entre os municípios da Lapa e Paulo Frontin, no sul do estado.