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Greve dos professores

Escola “fura a greve” e retoma as aulas em Curitiba

 | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
(Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Desde que a greve-geral de educadores e funcionários da rede estadual de educação foi deflagrada, há 23 dias, 2,1 mil escolas estão com as portas fechadas, deixando mais de 900 mil alunos sem aulas por tempo indeterminado. Na segunda-feira (2), no entanto, professores e funcionários da Escola Nossa Senhora de Salete, no bairro Jardim Social, em Curitiba, decidiram retornar ao trabalho, destoando da mobilização liderada pela APP-Sindicato, representante da categoria. Até o momento, é a única escola em todo o Paraná a retomar as aulas sem que o encerramento da greve seja anunciado.

De acordo com o diretor da unidade, Carlos Antonio Comassetto, a decisão de reiniciar as aulas se deu após o recebimento de um ofício emitido pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) no dia 26 de fevereiro, no qual informava-se que o Governo do Paraná havia convencionado o reinício das aulas para o dia 2 de março; após o anúncio de que as negociações haviam sido esgotadas. Comassetto negou que os servidores tenham sido pressionados pelo governo ou pela diretoria a retornar ao trabalho.

“O retorno às aulas aconteceu de forma natural, em vista das informações que recebemos da mídia de que a greve havia acabado. A greve foi deflagrada no início do ano letivo por motivos nobres, caso do pacote de medidas que prejudicava o plano de carreira dos servidores; mas as demais reinvindicações eu desconheço. Nossa escola não sofre com problemas de cortes de recursos; nós temos professores, funcionários administrativos, merendeiras, zeladoras – não havia razão para não recomeçar as aulas”, declarou.

Ainda segundo o diretor, representantes da APP-Sindicato estiveram reunidos com os professores e funcionários, mas “os argumentos apresentados não foram suficientes para convencer os professores a manterem a paralisação.” A participação dos servidores na assembleia-geral da categoria, agendada para a quarta-feira (4), na Vila Capanema, seria definida ao longo do dia. “O corpo docente não é homogêneo, há aqueles que querem participar do movimento.”

As aulas no Nossa Senhora de Salete começaram no primeiro dia do ano letivo, em 9 de fevereiro, e foram suspensas durante três semanas após a deflagração da greve dos professores. Conforme informado por Comassetto, 85% do corpo docente e 100% dos funcionários administrativos voltaram ao trabalho na segunda-feira (2). Dos cerca de 700 alunos matriculados, 125 foram às aulas ontem e 140 vieram hoje.

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