Cascavel A escola itinerante Zumbi dos Palmares, localizada no acampamento 1.º de Agosto, em Cascavel, completou no mês passado um ano de funcionamento. São cerca de 600 alunos matriculados no ensino pré-escolar, básico e fundamental, além dos do EJA (Educação de Jovens e Adultos), antigo supletivo. O acampamento é o maior da Região Oeste, com cerca de mil famílias de sem-terra, todas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra).
Celso Ribeiro, do MST, conta que a escola itinerante foi instalada para atender a demanda educacional dos sem-terra. "Foi uma vitória", diz ele. As escolas municipais mais próximas ficam a cerca de 15 quilômetros do acampamento, que está localizado no Complexo Cajati. A primeira unidade itinerante começou a funcionar em outubro de 2003 no acampamento Dorcelina Folador, que também fica no Complexo Cajati. Lá a escola leva o mesmo nome de Zumbi dos Palmares e atende a 50 alunos do ensino fundamental.
Destaque
Os demais "sem-terrinha" em idade escolar freqüentam a Escola Municipal do Rio do Salto. Mas é no acampamento 1.º de Agosto que o projeto tem mais destaque. O núcleo educacional, construído pelo MST, conta com 14 salas de aula, refeitório e sala dos professores. Outras quatro salas de aula estão sendo erguidas para atender à demanda dos alunos do período da tarde. Alunos e professores dividem o espaço, que nem um pouco lembra as construções de alvenaria da cidade.
As salas são pequenas e de chão batido. As paredes foram erguidas com tiras entrelaçadas de sisal. Recentemente os sem-terra substituíram a cobertura das salas de lona preta por telhas de amianto. Os alunos contam que o "telhado" de plástico dificultava o aprendizado, principalmente, em dias de chuvas por conta do barulho e das goteiras. As limitações físicas, porém, não representam barreiras para os alunos e professores. A escola é vista como uma saída para uma vida melhor, apesar das condições de saúde e habitação em que vivem as famílias acampadas.
Weliton Cardoso de Oliveira, 8 anos, e Renata Carvalho Czerwinski, também de 8 anos, freqüentam a 2.ª série do ensino básico e estudam na mesma sala de aula. Os dois têm histórias parecidas de vida. Os pais aderiram ao MST há pouco mais de um ano. Desde então, estudar se tornou uma tarefa difícil devido à mudança constante de acampamento. Os estudantes começaram a ser alfabetizados em escolas públicas nas suas cidade de origem e agora fazem parte da escola itinerante. Para Weliton, a rotina escolar no acampamento sem-terra é diferente da cidade.
A única coisa com que eles concordam e que não mudou é a cobrança dos pais e dos docentes por boas notas. Renata e Weliton acordam por volta das 7 horas e meia hora depois os dois já estão em sala de aula. A escola fica a menos de 200 metros de suas casas. No meio da manhã, uma folga para a merenda. Às 12 horas, os estudantes voltam para as suas residências. À tarde, a escola oferece ainda atividades paralelas, como aulas de música, dança e espanhol. De acordo com os professores, a unidade itinerante segue a mesma grade curricular da rede pública, assim como o sistema de avaliação da qualidade de ensino por parte do Conselho Estadual de Ensino. (MP)
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