
Peabiru - Uma nota baixa no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2007, funcionou como "combustível" para mobilizar professores e funcionários do Colégio Estadual 14 de Dezembro, em Peabiru, na Região Centro-Oeste do estado, a mudar a triste realidade do estabelecimento de ensino público.
Tudo começou quando o colégio foi avaliado como ruim há quatro anos, recebendo nota 2,8 no Ideb. Com essa avaliação nas mãos, a equipe da escola recorreu ao PDE-Escola, projeto do governo federal que visa incentivar financeiramente as instituições para melhorar a avaliação no Ideb.
Financiada pelo projeto, a minicidade serve de estímulo ao desenvolvimento de cidadania nos cerca de 850 alunos atendidos pelo estabelecimento. Em um espaço de pouco mais de 400 metros quadrados, foram construídos em miniatura uma prefeitura, uma câmara de vereadores, uma agência bancária, uma casa da cultura e um centro comercial. A obra custou cerca de R$ 12 mil.
A idéia da minicidade é fazer o aluno perceber a realidade em que vive e aprender mais sobre o mundo dos adultos. "Com isso, eles irão se tornar mais responsáveis nas práticas políticas, sociais e culturais", explica Marlene Deckert, diretora do colégio.
Para "administrar" a cidade, uma eleição será realizada. O pleito já conta com candidatos a vereadores e prefeito. "Quero me eleger prefeito pelo Partido Rumo ao Futuro (PRF), para administrar bem esta cidade. Na minha administração, não teremos nepotismo e nem desvio de dinheiro público", diz Adão Marques, 14 anos, candidato a administrar a minicidade.
Para os próximos meses, a minicidade deve ganhar um bosque. "Estamos atrás de mudas de árvores. A idéia é fazer da escola um local onde o aluno sinta prazer em aprender e estar nela. A melhora na nota do Ideb será uma consequência das boas ações do grupo, professores e funcionários", diz a pedagoga, Helen Lamonica Galo.
Transformações
Além da minicidade dentro da escola, a equipe do colégio decidiu pôr em prática transformações radicais: promoveu capacitações para docentes e funcionários e reformou toda a estrutura física. O resultado veio na avaliação do Ideb de 2009, quando alcançou uma nota 40% superior à primeira. "Realizamos inúmeras reuniões e análises para descobrir quais poderiam ser as mudanças que melhorariam a escola. Reformulamos todo o processo de exames, atualizamos e tornamos a biblioteca atrativa, reformamos laboratórios, investimos mais em esportes e teatro. Acredito que esse esforço e dedicação elevaram a nota para 3,9", conta a diretora do colégio.



