• Carregando...

Cento e quarenta vidros novos, 60 pais em busca de informações logo no início da manhã, vigilância dobrada da Guarda Municipal. Assim foi parte do primeiro dia de aula na Escola Municipal Omar Sabbag após o quebra-quebra que chocou pais, estudantes e funcionários na manhã da última sexta-feira, no bairro Cajuru, em Curitiba. Vários alunos não foram ao colégio ontem. Segundo pais que trabalham como voluntários no local, havia turmas com apenas oito alunos em sala. A informação da escola é de que cerca de 20% dos 3,5 mil alunos não compareceram.

"Meu filho está com medo, pediu para trocar de colégio. Deixei ele em casa hoje (ontem). Vim trazer minha filha mais velha e ver como está a situação. Estamos preocupados", diz a dona de casa Margareth Ribeiro, que tem filhos na 5.ª e 7.ª série da escola. Pela manhã, a movimentação dos pais foi tão grande, que a direção da escola fez uma reunião para esclarecer o que aconteceu e pedir que eles orientem os filhos a retomar a rotina de aulas.

Uma nova reunião está programada para o fim da tarde de sexta-feira. O objetivo é esclarecer aos pais as normas do regimento interno da escola – como uso de uniforme e obediência aos horários de aulas, que a direção pretende fazer cumprir a partir das próximas semanas e que seria um dos motivos do tumulto da semana passada.

Uma briga entre dois estudantes – alunos da 6.ª série, de 15 e 17 anos – logo após o horário do recreio (por volta de 10h20) iniciou o vandalismo. Foi necessário reforço da Guarda Municipal e da Patrulha Escolar da Polícia Militar (PM) para conter o quebra-quebra. Ontem pela manhã, dois policiais militares e dois guardas-municipais acompanharam o recreio dos alunos.

De acordo com o chefe da Guarda Municipal na Regional Cajuru, Nelson de Lima Ribeiro, desde sexta-feira dois guardas fazem a segurança no colégio. Até então, somente um guarda municipal trabalhava dentro da escola. "Antes mesmo da confusão já havíamos combinado esta mudança com a direção. Também aumentamos a ronda em frente à escola e estamos negociando com a PM uma intensificação da segurança na redondeza", informa.

De acordo com moradores da região, pelo fato de a escola estar localizada entre várias vilas – Autódromo, Oficinas, Trindade e Centenário –, a rivalidade entre gangues é levada para dentro da escola, resultando em brigas freqüentes. Para a diretora do departamento de ensino fundamental da Secretaria Municipal de Educação (SME), Nara Salamunes, a comunidade escolar precisa participar mais da rotina do colégio. "Situações que vêm de fora da escola, de violência externa, se refletem aqui dentro. É na comunidade que é preciso um aumento do policiamento, no interior da escola a questão é de reestabilização", diz. Segundo Nara, os dois alunos que começaram a briga não compareceram à escola ontem, por decisão própria. Mas não está descartada a possibilidade de expulsão dos adolescentes: "O Conselho Escolar vai avaliar e definir a situação deles".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]