Cândido de Abreu pronta para o desfile em 2012: local nunca foi uma unanimidade| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Nova lei

Patrocinadores e placas publicitárias só no carnaval de 2014

Em novembro do ano passado, o então prefeito em exercício, João Cordeiro, sancionou uma lei que permite que as escolas de samba tenham patrocinadores e usem espaços de merchandising – como placas publicitárias. A nova legislação, no entanto, só deve sair do papel no carnaval de 2014.

Segundo a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), as agremiações poderão explorar os espaços de forma conjunta – em consórcios – ou isolada. Na avaliação das escolas, o ponto negativo é que a lei proíbe que sejam patrocinadores empresas de bebidas alcoólicas, como cervejarias, os principais financiadores de camarotes nos carnavais de Rio e São Paulo.

A carta de reivindicações das escolas de samba deve ser discutida a partir de abril deste ano por uma comissão formada por membros da FCC e integrantes das escolas de samba.

Profissionalização

Por outro lado, o presidente da Comissão do Carnaval 2013, Jaciel Teixeira, aponta que as agremiações também devem rever suas gestões internas. Neste ano, três escolas de samba ficaram de fora do desfile porque não conseguiram atender a requisitos do edital para receber a verba de apoio. Faltaram documentos ou houve falhas na prestação de contas.

"A profissionalização tem que começar dentro das escolas. Temos que determinar qual é o tamanho do nosso carnaval e, a partir disso, definir estratégias para atingir esta meta. Sempre vamos ter um carnaval do tamanho que merecermos", finalizou. (FA)

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Interatividade

A criação de um sambódromo pode impulsionar o carnaval em Curitiba?

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O atraso na liberação da verba de apoio às escolas de samba habilitadas a desfilar em 2013 revela que o carnaval de Curitiba ainda está longe de atingir a profissionalização. Além do repasse tardio, as agremiações apontam o esgotamento da Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico, palco dos desfiles, como o principal entrave ao crescimento do evento. Quem está diretamente envolvido no carnaval avalia que um "sambódromo curitibano" seria o primeiro passo para a Festa de Momo realmente se desenvolver na capital paranaense. A reivindicação faz parte de uma carta entregue pelas escolas de samba à Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

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Em média, a Cândido de Abreu recebe 30 mil pessoas por desfile. A própria FCC reconhece que o espaço já não é adequado, mas defende mais discussões e planejamento antes que a ideia do sambódromo saia do papel. "Para o carnaval que temos hoje, a Cândido de Abreu está ficando pequena. Temos que pensar em um outro espaço, mas é um estudo para longo prazo", aponta o presidente da Comissão do Carnaval 2013, Jaciel Teixeira.

Um sambódromo permitiria que as agremiações se financiassem profissionalmente, a exemplo do que ocorre no Rio de Janeiro e em São Paulo. As associações poderiam explorar espaços nobres, como camarotes patrocinados e pontos de merchandising, revertendo o dinheiro aos desfiles. "Haveria um salto de qualidade. A televisão se interessaria e contrato para transmissão ao vivo também gera dinheiro às escolas", avalia a presidente da Acadêmicos da Realeza, Bárbara Murden. "Nas outras épocas do ano, o espaço poderia ser usado para outros eventos, para festas evangélicas, por exemplo, como uma arena multiuso", sugere o presidente da Mocidade Azul, Altamir Jorge Lemos.

Hoje, boa parte dos gastos das escolas é destinado a pagar o aluguel de quadras e barracões, onde as fantasias e carros alegóricos são confeccionados e permanecem até o dia do desfile. Na carta de reivindicações entregue à prefeitura, as agremiações também pedem à prefeitura a destinação de um espaço onde possam cuidar dos preparativos da festa.