Embora a legislação há alguns anos caminhe no sentido de promover a inclusão de alunos deficientes ou com superdotação, pais e mães ainda se deparam com escolas despreparadas para receber essas crianças e compreender suas necessidades. Foi assim com Juliana Knoche, de 39 anos, mãe de um menino de 6 anos com altas habilidades e Asperger e outro de 5 com autismo.
Lucas, o filho mais velho, entrou na escola com 1 ano e meio de idade, quando ainda não havia sido diagnosticado. Juliana conta que a família viveu situações traumáticas. “Fiquei sabendo por uma criança de 5 anos que as professoras não tinham paciência com o meu filho. Quando os alunos iam para o pátio, elas deixavam o Lucas preso atrás de uma grade ou em um carrinho de bebê. Quando procurei a escola, me disseram que ele era agressivo com as outras crianças”, afirma ela, que imediatamente tirou o filho da instituição.
Na busca por outra escola, Juliana percebeu que a instituição da qual havia gostado não queria receber um estudante com as características de Lucas. “Como negar matrícula a um aluno com autismo é proibido por lei, eles disseram que não havia vaga”, afirma.
A apreensão da mãe terminou quando ela conheceu a escola Aldeia Betânia, que deu apoio e orientação à família. “Uma psiquiatra indicada pela escola fez o diagnóstico do Lucas. No colégio havia uma professora que ficava praticamente só com o meu filho, porque ele estava traumatizado com o que tinha acontecido na outra escola. Depois de um ano meu filho conseguiu vencer essa barreira”, diz. Lucas passou para uma turma com crianças mais velhas e começou a se interessar mais pela escola, onde o irmão mais novo também foi matriculado.