As 184 escolas municipais de Curitiba vão eleger seus novos diretores e vice-diretores nesta sexta-feira (21) para um mandato de três anos. Essa será a primeira eleição regida pelas novas regras, sancionadas em outubro, que atualizaram uma legislação de mais de 20 anos sobre o processo eleitoral das escolas da cidade. Todos os pais poderão votar, mas cada família, independentemente do número de filhos matriculados, terá apenas um voto. Crianças maiores de 16 anos e funcionários das escolas também podem votar. O processo acontecerá durante todo o dia, com prazo de conclusão para as 19 horas. Segundo a prefeitura de Curitiba, o resultado deve sair ainda na sexta.
O metalúrgico Cecilio Maçaneira Junior, de 42 anos, tem quatro filhos e é um dos primeiros pais a participar dos debates quando se trata da escolha dos novos dirigentes das escolas. "A participação da família é essencial para transformar as escolas. Esse é o momento dos pais se envolverem naquilo que terá reflexos no futuro dos filhos", garante Maçaneira, lembrando que o diretor faz toda a diferença principalmente quando ele se une com a comunidade escolar e com a comunidade em torno do colégio, sabendo ouvir as demandas e pensando junto em soluções para os problemas.
Para o professor Wagner Argentom, que representa o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) na Comissão Eleitoral que organiza a eleição, mais do que eleger um diretor, a votação deve escolher um projeto. "O plano para a escola deve ser construído coletivamente e cabem aos diretores e vice-diretores levar a cabo essa missão, sem centralizar sua execução e sempre fomentando a participação", afirma Argentom.
Participação popular ampliada
Com a nova lei municipal 14.528, sancionada em outubro, que adotou novas regras para a eleição das escolas municipais, o dia da votação passou de sábado para o dia de semana. "Isso aumenta a participação da comunidade na decisão", explica a coordenadora técnica de estrutura e funcionamento de ensino da Secretaria Municipal de Educação, Eliana Cristina Mansano. "Como o diretor dá o tom no funcionamento da escola e em todo o projeto pedagógico, a participação dos pais e dos alunos precisa ser cada vez maior."
Outra mudança importante imposta pela lei é a limitação da reeleição para diretor e vice-diretor. Com a nova regra, os atuais diretores e vice-diretores só podem ficar à frente das escolas por mais um mandato. Nesse pleito, apenas 70 das 184 escolas municipais têm chapas formadas por profissionais que não ocupam os cargos de direção, segundo a prefeitura. "Isso evita que diretores se perpetuem no poder. Hoje, por exemplo, existem professores que estão há mais de 20 anos na direção", ressalta Argentom.