Matinhos - A expectativa de uma temporada movimentada está fazendo os comerciantes do Litoral do Paraná se virarem para driblar a falta de mão-de-obra qualificada. Problema recorrente todos os anos, contratar trabalhadores capacitados é o grande desafio também na temporada 2009. Entre as soluções está o treinamento dos funcionários durante a baixa temporada e até a modernização dos sistemas de atendimentos. Tudo para garantir boa receptividade e segurar os veranistas.
É o caso de Neli Rodrigues, proprietária da Pizzaria, Restaurante e Confeitaria da Bisa, no centro de Matinhos. "Emprego atualmente 47 pessoas, mas precisaria de mais cinco para atender toda a demanda da alta temporada. Só que desde agosto não consigo contratar ninguém", diz. Para resolver o impasse, a comerciante decidiu utilizar um sistema computadorizado para facilitar o atendimento.
Com o sistema, o garçom usa um computador de mão para fazer o pedido, que é enviado diretamente para a cozinha. "Isso vai facilitar o trabalho e suprir a falta de empregados", afirma Neli. O investimento é de aproximadamente R$ 10 mil. "O turista não quer saber de problemas nas suas férias, como atraso no atendimento", argumenta a comerciante.
E apesar da dificuldade, o sentimento de boa receptividade é comum em todo o comércio, que sabe que esse é o momento de segurar os veranistas. Principalmente nessa temporada, quando muitos turistas troquem Santa Catarina pelo Litoral do Paraná por conta da catástrofe das chuvas. O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Pontal do Paraná (Aciapar), Odalbor Alves Ferreira, admite que a estrutura não é ideal, mas vontade não falta. "Os comerciantes estão dando a solução que podem para atenderem da melhor forma possível os visitantes", enfatiza.
Soluções
Algumas ações das prefeituras, das associações comerciais e de órgãos, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR), parecem ser voto vencido na briga contra a falta de trabalhadores. Praticamente todos os municípios criaram programas de capacitação de trabalhadores do comércio. Mas as atitudes ainda não surtiram efeito pleno.
A Associação Comercial e Empresarial de Matinhos (Acima), por exemplo, em conjunto com o Sebrae-PR, criou neste ano um programa de capacitação de trabalhadores para o comércio. Dos seis cursos oferecidos saíram centenas de profissionais preparados para atender diferentes segmentos do comércio. Mesmo assim, o município ainda sofre com a falta de mão-de-obra qualificada. A explicação, defende o presidente da Acima, Nelson Cotovicz, é a falta de participação dos trabalhadores. "Nós criamos o programa, divulgamos, mas a participação da população não foi satisfatória", define.