Espírito criativo
Curitibana e "cidadã do mundo", Daniela Slomp Busarello, 37 anos, viaja desde os 11 anos para o exterior. Na adolescência pensava em ser publicitária, mas acabou optando pelo curso de Arquitetura, a profissão dos pais, Orlando e Dilva. Daniela mora há quatro anos em Paris, na França, e desenvolveu projetos em diversas partes do mundo, principalmente nas áreas de arquitetura de interiores, cenografia e design gráfico. "Você receber um cartão do cliente falando que mudou a vida dele é algo que não tem preço", diz.
Instalações espalhadas em pontos estratégicos de Curitiba convidando os curitibanos para entrarem nelas, as usarem e inventarem diversas funções. Esta é a ideia da arquiteta Daniela Slomp Busarello para que os curitibanos ?diminuam a velocidade da vida?, ?comecem a observar coisas? e ?vivam a cidade?. Se a pessoa aceitar o convite, o objetivo da arquiteta terá sido alcançado.
A proposta parte da implantação de 11 instalações verdes e amarelas por Curitiba, os parangolés. Daniela explica que, conceitualmente, parangolés são peças que devem ser vestidas e que transformam o objeto em arte. ?O parangolé só se transforma a partir do momento que você usa ele?, diz. ?É para que a pessoa entre, não para que observe de longe.?
Por trás desta proposta, está o desejo da autora para que as pessoas reflitam sobre a urbanização da cidade, questões sociais e políticas, e que valorizem o patrimônio. Os espaços proporcionariam educação, cultura, arte e esporte.
No Passeio Público, por exemplo, a arquiteta propõe a instalação de um espaço multifuncional que comporte uma quadra de esportes e que também possa ser transformado em auditório. Já o parangolé da Avenida Sete de Setembro teria o formato de labirinto, ?quase que um brinquedo de praça?, diz Daniela. ?Ao mesmo tempo o projeto tem um lado de humor, tem crítica e ironia?, completa.
No Centro Cívico seria implantada uma instalação grande, na qual a pessoa ?inventa a brincadeira que quer?. ?Pode ser um ponto para uma oratória, apresentação de show de rock, o que quiserem inventar e acontecer?, diz Daniela.
A instalação da Vila Pinto, atual Vila Torres, traria um mirante e espaço para diversas atividades. No Alto da XV ficaria um mirante em vidro onde as pessoas poderiam observar a capital. ?Ali você tem uma paisagem linda da cidade.? A arquiteta também projetou um espaço para o Cine Luz, desativado desde 2009. Para ela, seria uma oportunidade de se refletir por que os cinemas do centro da cidade estão fechados.
Na Catedral ficaria um espelho d?água. ?A água é símbolo de purificação em todas as religiões?, explica Daniela. Ela sugere um espaço no local em que as crianças pudessem brincar. Desenha ainda um percurso imaginário e de reflexão: o ?trem-banana?, roteiro que poderia ser percorrido a pé, de carro ou talvez de bicicleta pelos locais onde há parangolés.
Interação
Daniela, que atualmente mora em Paris, na França, observa que lá as pessoas se apropriam do espaço público. ?A maioria das casas é pequena. Eles vão marcar uma reunião, de amizade ou de trabalho, no café da esquina?, exemplifica. No entanto, destaca uma boa iniciativa em Curitiba, o Batel Soho, como é conhecida a região localizada no entorno da Praça da Espanha, onde há feirinha e shows.
As instalações sugeridas por Daniela poderiam ser tanto móveis quanto fixas. Ela explica que a proposta teria de ser ?refletida? para ser instalada na cidade e tem consciência de que os parangolés poderiam ser alvo de depredação. Para ela, esse é um risco que valeria a pena correr, tendo em vista o muito que se poderia ganhar.
Veja o vídeo com a arquiteta Daniela Busarello:
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