É sempre um desafio para a redação pensar no conteúdo de um caderno que vai comemorar o aniversário de Curitiba. São tantos assuntos a serem abordadas que o medo acaba sendo sempre o de pecar pela falta de informações ou pelo excesso delas.
Se no ano passado mostramos as propostas arquitetônicas para Curitiba a partir do ponto de vista de profissionais da área, neste ano decidimos colocar vocês, curitibanos natos ou adotados, a fazerem parte deste suplemento. A ideia foi mostrar nossa capital paranaense a partir do olhar que os moradores têm dela. O receio de que poderia ficar algo vago foi combatido com uma grande surpresa: as pessoas não apenas observam a cidade onde vivem, mas também fazem análises, críticas e sugestões construtivas para melhorar Curitiba dia a dia.
Na primeira parte, trazemos uma reportagem sobre qual é a visão que as pessoas têm da cidade. Falaram à reportagem um funcionário da famosa caixa dágua do Alto da XV, um ciclista, um motorista de ônibus, uma empresária que trabalha no prédio mais alto e uma cega que comprovou que, mesmo não vendo nada, sabe exatamente do que Curitiba precisa.
Num segundo momento selecionamos as pessoas que não comemoram o aniversário apenas hoje, mas todos os dias. Como? Elas simplesmente homenageiam a capital dos pinheirais porque escrevem sobre ela diariamente, porque cantam músicas referentes a ela ou porque têm um estabelecimento que remete à cidade.
Também não poderíamos deixar de relatar fatos históricos que não devem ser esquecidos, da Curitiba provinciana à cidade modelo. Para fazer parte desse conjunto, fizemos uma espécie de minialmanaque, onde apontamos, por exemplo, qual foi a primeira rua criada em Curitiba e a última nomeada, o primeiro arranha-céu e o último, entre outras curiosidades.
Um dos entrevistados nesse caderno, o conhecido cartunista Dante Mendonça, fez uma observação que gostaria de reforçar. A de que uma das qualidades de Curitiba é ter sido construída efetivamente "do zero", o que quer dizer que ela "é uma moça com botox, porque nossas belezas naturais são artificiais, como o Jardim Botânico. Mas, ao contrário de cidades como Florianópolis, onde Deus foi generoso, aqui foi o curitibano quem fez sua cidade, para melhor." Não é preciso dizer mais nada. Boa leitura!
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