Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Vandalismo

Casa Klemtz vira alvo preferido de pichadores

Casa Klemtz está desocupada há cerca de um ano: paredes marcadas pelo spray | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Casa Klemtz está desocupada há cerca de um ano: paredes marcadas pelo spray (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Um dos símbolos mais importantes do bairro Fazendinha, em Curitiba, se tornou alvo fácil para a ação de vândalos. A Casa Klemtz, situada no Bosque Fazendinha, está entre os espaços públicos mais pichados na cidade – ao lado do Parque dos Tropeiros, na Cidade Industrial. Por mês, 200 equipamentos públicos ou monumentos são atacados por pichadores. Vandalismo que custa cerca de R$ 1,5 milhão por ano aos cofres públicos, segundo a prefeitura.

Administrada pela Fun­dação de Ação Social (FAS), a Casa Klemtz é uma Unidade de Interesse de Preservação. O imóvel, construído em 1896, chegou a ser restaurado em 2008, mas hoje está completamente marcado pelo spray. A história do Fazendinha está ligada à trajetória da família Klemtz.

Pós-graduanda em História pela Universidade Tuiuti do Paraná, Talita Lichoveski destaca que a falta de uso do espaço colabora para que ela se torne presa fácil dos pichadores. Há cerca de um ano, a Casa, que abrigava um museu, está fechada.

Talita relata que a casa foi construída pelo imigrante alemão Francisco Klemtz. Em 1887, ele comprou a primeira das três vastas porções de terra na região do Rio Barigui, atual bairro Fazendinha, e construiu uma olaria em sua propriedade. Alguns anos depois, a olaria foi transferida para um local ao lado da residência de sua família, que posteriormente ficou conhecida como Casa Klemtz. Permaneceu ali até o encerramento das atividades, em 1978.

"A olaria de Francisco apresentava-se até o final da década de 1930 como um dos únicos locais de trabalho na região. Por isso, muitas pessoas começaram a morar lá, o que facilitou a ocupação do bairro. Por um bom tempo, os Klemtz exerceram grande influência no cotidiano da comunidade, caracterizando um modo próprio de vida e de relações pessoais e profissionais", explica Talita.

Morador da região, o metalúrgico Alcides da Cruz lamenta a situação em que se encontra a casa. "Isso dá uma sensação de abandono e de desordem", desabafa.

Atualmente, a Casa Klemtz está sob responsabilidade da FAS – nos fundos da construção funciona um liceu de ofício, que também sofre com a ação dos vândalos. A assessoria da FAS informa que há um processo administrativo para transferir a administração do espaço à Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

A FCC informa que a ideia é transformar o espaço em um centro cultural. Mas antes será feito um levantamento sobre a situação das instalações e do acervo da casa, e um estudo acerca da viabilidade e do impacto financeiro da possível transferência.

Serviço:

Denúncias sobre pichação podem ser feitas no telefone 153 da Guarda Municipal.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.