População está menos tolerante
Estatísticas da Guarda Municipal de Curitiba mostram que os moradores da capital estão menos tolerantes a prática da pichação. De acordo com o diretor da Guarda Municipal, Cláudio Frederico de Carvalho, que acompanhou o mutirão deste domingo (17), o número de ocorrências nos primeiros dois meses deste ano já representa 29% do total de registros feitos em 2012, quando 1.149 denúncias foram feitas a GM. "Em janeiro foram feitas 129 denúncias, contra uma média de 60 nos últimos anos", afirma Carvalho.
Além do aumento das denúncias, melhorou o nível de refinamento das informações repassadas nas denúncias feitas a GM pelo número 153. "Com um detalhamento maior, conseguimos fazer ações de combate mais eficazes e certeiras", diz o diretor da GM.
O segundo mutirão para limpar pichações e restaurar fachadas de lojas e imóveis começou cedo em Curitiba neste domingo (17). Por volta das 9 horas, representantes de entidades e voluntários se reuniram em quatro pontos da cidade para iniciar o trabalho de limpeza. A ação faz parte da campanha "Pichação é crime. Denuncie", de iniciativa da Associação Comercial do Paraná (ACP), que organizou a primeira mobilização contra a ação dos pichadores em fevereiro deste ano, na Rua XV de Novembro.
Assista do vídeo do mutirão de despichação
Veja fotos da ação deste domingo
A ação deste domingo contemplou estabelecimentos comerciais e imóveis das ruas Isaac Ferreira da Cruz, no bairro Sítio Cercado, Trajano Reis, na região do Largo da Ordem, e XV de Novembro, no centro, além da passarela do bairro Hauer. Os materiais (tintas, solventes pinceis, luvas) foram doados por comerciantes e empresários que atuam nas regiões beneficiadas pela ação.
O pequeno Ian Lucca Pereira, de 5 anos, acompanhou o padrinho Stephan Knecht, de 66 anos, na limpeza das fachadas da Rua XV. "Achei que era uma boa oportunidade para passarmos um tempo junto. Ele está se divertindo e, mais importante, aprendendo que também tem responsabilidade de cuidar dos espaços públicos", diz Knecht, que é suíço e está há sete anos em Curitiba.
A diretora auxiliar do Colégio Manoel Ribas, na Vila Torres, Simony Souza, trouxe um grupo de 15 alunos para ajudar na limpeza das lojas da Rua XV. Na comunidade, uma ação semelhante desenvolvida desde 2011 com a participação dos alunos vem substituindo as pichações por grafite. "A proibição pela proibição acaba instigando os pichadores. Escolhemos um caminho alternativo que está dando certo", diz.
Segundo o vice-presidente da ACP, Camilo Turmina, o principal objetivo dos mutirões de limpeza é mobilizar e envolver empresários e comerciantes da cidade na campanha, para que eles valorizem o seu espaço comercial como um ativo importante para o negócio. "Na primeira ação, realização em fevereiro, pedimos que eles doassem a tinta. Agora estamos pedindo que eles participem da ação, que venham nos ajudar a limpar um espaço que também é deles", afirma Turmina. Mesmo assim, algumas lojas não autorizam a pintura das pichações em suas fachadas.
Sobre a ação dos pichadores, Turmina acredita que uma resposta rápida, feita em conjunto por várias entidades e organizações da sociedade civil, ajuda a desmobilizar os infratores e coloca os cidadãos em alerta. "As pessoas assume o compromisso de zelar pelo local que ajudaram a limpar", diz.
Para Deisi Fonseca, coordenadora de projetos da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB), entidade que há 13 anos mantém uma equipe para cuidar dos espaços públicos em Curitiba, os mutirões de limpeza são eventos pontuais para mobilização, mas a campanha vai além e quer promover uma mudança de conduta dos infratores por meio da educação.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano