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Patrimônio público

Pichação não perdoa nem obras de arte

Em prédios históricos, como o Belvedere, não é possível passar uma simples demão de tinta | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Em prédios históricos, como o Belvedere, não é possível passar uma simples demão de tinta (Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo)

O Barão do Rio Branco nada conseguiu fazer, estático, no meio da Praça Generoso Marques, no Centro de Curitiba. O casal da 19 de dezembro, nu em pedra, está ainda mais vulnerável. Estátuas, painéis e obras de arte em vias públicas são alvos frequentes da ação de pichadores. Entre as diversas ocorrências que a Guarda Municipal atendeu em 2013 estão estragos no Museu Metropolitano de Arte (Muma), no Portão, no Teatro Paiol, no Prado Velho, e no Bondinho da Rua das Flores, no Centro. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, apesar de não manter registro dos casos identificados, coloca a pichação de estátuas como uma das principais demandas da equipe de manutenção.

O número de ocorrências é menor se comparado a terminais e estações-tubo, escolas e creches. Porém, o tempo gasto na limpeza de um monumento é maior. A remoção do picho exige trabalho minucioso, específico para obras de arte. "Cada material precisa de um removedor específico. Chamamos um expert da Fundação Cultural para trabalhar junto", conta José Eduardo Conter, gerente de manutenção de praças, parques e logradouros públicos da Secretaria do Meio Ambiente.

Em um trabalho recente na Praça 19 de Dezembro, a equipe da prefeitura precisou de três dias para retirar inscrições do painel de azulejos de Poty Lazarotto. Eram símbolos grandes pintados de alto a baixo da obra, de aproximadamente sete metros de altura. Foram gastos 10 litros de removedor, aplicados com escova de aço, esponja e lavadora de alta pressão. "É preciso ir limpando devagar e verificar como está reagindo. Se não, corremos o risco de acabar estragando a obra", ressalta Conter.

A placa de bronze na estátua do Barão do Rio Branco, na praça Generoso Marques, não é mais o que era. O departamento de conservação da prefeitura acredita que alguém tentou remover uma pichação e, ao aplicar um produto químico, alterou a cor do bronze. A pichação saiu, mas ficou um tom amarelado.

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