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Quinze cartas, uma estratégia criativa e a coincidência com os preparativos para a visita ao Rio de Janeiro asseguraram ao ciclista gaúcho Leandro Martins, de 30 anos, um encontro com o papa Francisco em pleno Vaticano.

"O papa disse: 'Na semana que vem, encontraremos milhões de jovens brasileiros, e você é o primeiro deles'", recorda Martins, que esteve com Francisco na quinta-feira (18), por volta das 7h.

O caminho para conseguir o encontro, conta o ciclista, foi endereçar as cartas a um assessor do papa, cujo nome ele não revela. Já o convite ocorreu na véspera, por meio de uma ligação do secretário particular do papa.

Martins disse que chegou de bicicleta à casa de Santa Marta, a residência oficial, onde acompanhou uma missa antes do encontro.

Desacostumado ao ritual - ele se diz sem religião -, não percebeu a entrada do pontífice. "O papa estava de verde, eu esperava que fosse branco. Depois, ele trocou". Na conversa após a missa, em espanhol, o papa fez perguntas sobre a viagem, que começou em maio na Holanda e deve terminar na Ásia. "Vendo a bicicleta cheia de mochilas, ele perguntou: 'Como você dorme?'".

"Foi quando quando eu disse que tem louco no mundo todo, inclusive em Porto Alegre. A gente riu, e o papa disse: 'A vida é louca'". Martins disse que os dois falaram sobre religião, mas não quer revelar o teor da conversa.

Os protestos foram mencionados por Martins, que fez uma descrição positiva. "Falei que era como o choro, uma forma de colocar pra fora o que está sufocando, e o papa concordou, disse: 'É, sim'."

Outro tema foi a tragédia de Santa Maria (RS). O papa disse que não irá à cidade por causa da distância, mas que lembrará as vítimas no Rio. A impressão que ficou é de uma pessoa simples. "Parece que ele não sabe que é o papa. Ele é normal, cumprimentou a Guarda Suíça [segurança do Vaticano], abanou, esse tipo de coisa que é normal".

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