Depois do caos provocado por uma pane no metrô, o presidente da Rio Eventos, órgão da prefeitura do Rio, reconheceu que o Rio não tem um plano de contingência "bem apurado" para falhas como a da tarde desta terça-feira (24), que deixou as linhas 1 e 2 paralisadas por duas horas. Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, Leonardo Maciel disse que a situação foi mais complicada porque aconteceu no momento em que as pessoas deixavam o trabalho e que milhares de peregrinos seguiam para a abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Copacabana.
"É uma limitação de infraestrutura que a gente tem na cidade. O Rio está com um volume de pessoas que não é comum e quando acontece um transtorno desse, obviamente tem um impacto na mobilidade das pessoas e foi numa hora que as pessoas estavam indo para Copacabana e os trabalhadores indo do trabalho para suas casas, então realmente teve um impacto na cidade", disse Maciel.
O presidente da Rio Eventos afirmou ainda que o ocorrido desta terça-feira foi um evento inesperado, causando um impacto negativo na cidade. No entanto, apesar dos transtornos, segundo ele, as pessoas conseguiram chegar à Copacabana e o evento foi um sucesso.
"Houve uma quebra, a gente não controla esse tipo de evento. Copacabana é um local que você tem acesso por metrô e ônibus, quando quebra o metrô realmente tem um impacto ruim. O fato é que todo mundo conseguiu chegar em Copacabana e o evento ocorreu muito bem", disse ele.
Secretário estadual de Transportes desaparece em meio ao caos
Em meio ao caos instalado nesta terça-feira no sistema de transporte público do estado, o secretário de Transportes, Júlio Lopes, desapareceu. Segundo o jornal "Extra", a assessoria de imprensa do secretário não atendeu telefones nem respondeu e-mails. No Facebook, Lopes postou em seu perfil, por volta das 14 horas, uma foto ao lado de um prefeito de seu partido, o PP, mas nenhuma linha sobre o metrô. O secretário limitou-se a avisar no fim do post que estava em Copacabana.
De acordo com a concessionária Metrô Rio, um cabo de energia se rompeu na estação Uruguaiana, no Centro Rio, por volta das 16h30m. Por causa disso, as linhas 1 e 2 ficaram totalmente paradas e as estações tiveram de ser fechadas. De acordo com o Metrô Rio, a energia das linhas 1 e 2 foi interrompida para que as equipes de manutenção trabalhassem em segurança.
Passageiros que estavam na estação Uruguaiana contaram à reportagem que uma peça de metal caiu nos trilhos e, quando o trem passou, houve faíscas, que saltaram em direção a quem estava na plataforma. Há relatos também de que alguns passageiros ficaram confinados dentro da estação e, revoltados, quebraram o vidro de uma porta de vidro da sala de segurança. A Light informou que a empresa não tem relação com o problema de abastecimento de energia nos trilhos do metrô.
Na estação Uruguaiana, funcionários do metrô afirmaram que o problema começou depois que um equipamento foi acionado indevidamente, o que provocou uma pane na rede elétrica. Um trem ficou parado no local, e a estação precisou ser esvaziada. Os passageiros tiveram que sair da estação apenas por uma saída, na Rua Uruguaiana, já que os outros portões de acesso foram fechados.
No interior da estação houve muita confusão e pelo menos três pessoas passaram mal. Uma mulher grávida chegou a desmaiar e foi socorrida pelos bombeiros. Muitos peregrinos estrangeiros que estavam no local ficaram perdidos. Algumas pessoas tentaram orientá-los sobre como pegar ônibus para Copacabana ver a missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude. A circulação só foi retomada, com intervalos irregulares, cerca de duas horas depois.