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Visita ao brasil

Festa popular recepciona Francisco nas ruas do Rio

Brasileiros e estrangeiros deram um abraço caloroso ao novo papa nas ruas do Rio de Janeiro | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Brasileiros e estrangeiros deram um abraço caloroso ao novo papa nas ruas do Rio de Janeiro (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)
A venezuelana Andrea de Freitas (de óculos) se emociona ao ver Francisco |

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A venezuelana Andrea de Freitas (de óculos) se emociona ao ver Francisco

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A primeira viagem internacional do papa Francisco começou com uma festa popular, muita próxima dos fiéis, bem ao estilo pregado pelo novo papado. O pontífice foi recebido com festa nas ruas do Rio de Janeiro, logo após o avião que o trouxe de Roma pousar no Aeroporto Internacional do Galeão. Francisco foi recebido ainda na pista pela presidente Dilma Rousseff e uma comitiva de ministros de Estado e autoridades do Rio de Janeiro. Do aeroporto, seguiu em um carro simples pelas ruas do Rio de Janeiro. Com o vidro do carro aberto, Francisco se deixou ser visto e muitos que conseguiram vencer o bloqueio dos seguranças chegaram perto o suficiente para tocá-lo. Sorridente, o papa acenou aos fiéis.

Já na Catedral Metro­po­litana, ele subiu no papamóvel. Ficou o tempo todo de pé e cumprimentou as milhares de pessoas que se aglomeravam para vê-lo. Acostumados com o estilo do papa, os seguranças que o acompanham atendiam quando ele queria que o carro reduzisse a velocidade para que pudesse chegar mais perto das pessoas.

Euforia

Uma multidão estimada pela PM em 15 mil pessoas recebeu o papa com empolgação no centro da cidade. O público ansioso por vê-lo incluía tanto os peregrinos estrangeiros e voluntários da Jornada Mundial da Juventude quanto os cariocas que trabalham no centro – os prédios ao longo do trajeto tinham gente nas janelas, muitas fazendo chuva de papel picado à medida que o comboio passava.

Todo espaço que pudesse ser escalado para dar uma melhor visão do papa foi usado – árvores, postes, andaimes, as escadarias do Theatro Municipal e da Biblioteca Nacional. Assistindo à tevê por celulares, as pessoas acompanhavam a trajetória de Francisco desde o pouso do avião – "Ou ou ou, o papa já chegou", gritaram após o desembarque.

Peregrinos do Chile, Ve­nezuela, Argentina e outros países de língua espanhola, agitavam bandeiras de suas nações e entoavam cantos em referência a seus países e à visita papal. "Estava muito cansada, mas quando vi o papa, tão próximo, humilde, perto das pessoas, saudando famílias, aproximando-se das crianças, parece que tudo que estava errado na minha vida passou, realmente estou impressionada com a humildade desse papa", disse a venezuelana Andrea de Freitas, estudante de Pedagogia de 22 anos.

Várias pessoas aproximaram crianças do papamóvel e não se intimidaram com a ação dos seguranças que estavam, visivelmente, preocupados com a exposição do pontífice. Francisco, no entanto, não se alterou. A carioca Rhavyne Santana, de 22 anos, não pode conter as lágrimas ao ver a tranquilidade do papa ao passar pela multidão. "Não é fácil explicar o que se sente ao ver o papa; creio que é uma esperança de melhora, de que a fé em Cristo vai longe".

ComportamentoGestos do papa no Brasil reforçam opção pela humildade

Agência Estado

Está na boca dos teólogos e na percepção dos fiéis: Francisco é um homem que fala por gestos. Dito isso, seu comportamento no primeiro dia de visita ao Brasil só reafirma o quão franciscano esse jesuíta tem se mostrado. Em sua partida do aeroporto, em Roma, não delegou sua valise a assessor algum. Quando subiu a escadaria do avião, a mala preta que levava na mão esquerda contrastava com sua batina branca.

Durante o voo, Francisco saiu de seu assento na primeira classe e foi conversar com os jornalistas que estavam acomodados na classe econômica. Lá, conversou de forma paciente com cada um dos repórteres antes de voltar a seu lugar.

Ao chegar ao Rio de Janeiro, no meio da tarde, embarcou em um Fiat Idea – cujo preço varia de R$ 43 mil a R$ 52 mil –, um carro simples e sem blindagem. Pouco tempo após o início do trajeto do Galeão até o centro da cidade, a multidão conseguiu cercar o carro.

Os seguranças de terno preto que corriam ao lado do veículo não conseguiram deter os braços dos fiéis que se esticavam na esperança de tocar o pontífice. A cena – de dar desespero em quem assistia pela tevê, por causa da situação vulnerável em que o papa estava – , não o apavorou. Durante todo o itinerário, ele manteve o vidro completamente aberto. Tão aberto que uma mãe conseguiu fazer o filho chegar às mãos de Francisco, que não hesitou em puxá-lo para o carro e beijá-lo, antes de devolvê-lo.

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