Escolhido
Bebê de 7 meses recebe beijo de Francisco
Aos 7 meses de vida, Miguel viveu um momento de estrelato. No meio da multidão que acompanhava o cortejo do papa Francisco pelo centro do Rio, ele foi escolhido e recebeu um beijo do pontífice. Minutos depois, o bebê foi cercado por curiosos e fiéis que se revezavam em fotografar e carregar a criança. "Foi emocionante. Meu marido Rodrigo ergueu o Miguel e as pessoas pararam o papa para que ele pudesse beijá-lo", afirmou a mãe de Miguel, Juliana Braga Coelho, de 28 anos. Paulista de Matão (SP), ela mora com o marido numa fazenda em São Sebastião do Pontal (MG), onde ele trabalha como encarregado. "O padre da nossa paróquia sonhou que o papa iria beijar o Miguel", afirmou Juliana, que era só sorrisos. O bebê, de camiseta e bermuda, foi erguido ao papa por um dos seguranças que faziam a escolta a pé. Francisco beijou Miguel e sorriu para os pais. (AE)
Curtas
Viagem: Duas horas depois de decolar de Roma, o papa saiu da primeira classe e foi encontrar-se com os 69 jornalistas escolhidos para fazer parte da delegação, que estavam ao fundo do avião. De forma paciente, conversou com cada um e alternou piadas, gargalhadas e mensagens, tanto religiosas como sociais.
"Deus é brasileiro": Mas foi com os brasileiros que seu humor foi explícito, chegando a levantar uma bandeira do Brasil (foto 2) dada a ele por um dos repórteres. E brincou: "Os argentinos dizem que tem um papa argentino. E vocês o que têm?", questionou, ironicamente. Antes que uma resposta fosse dada, emendou: "Vocês têm Deus", caindo na gargalhada. "Deus é brasileiro!", exclamou.
Gastos: O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, defendeu os gastos públicos com a recepção do papa Francisco. A declaração foi dada na chegada ao Palácio Guanabara, onde o papa foi recepcionado. Para o presidente do STF, o valor estimado do evento no palácio, em torno de R$ 850 mil, não é alto. "Nós estamos recebendo um chefe de Estado. O aparato de segurança deve ser condizente com a estatura desta pessoa", disse.
Trânsito: Em sua chegada ao Brasil, o papa deparou-se com problemas típicos do Rio: falhas de planejamento, segurança confusa e até um tumultuado engarrafamento, onde o veículo que o levava do Galeão ao Centro ficou perigosamente retido e cercado pela população por longos minutos (foto 3). Fiéis que queriam vê-lo invadiram a pista central da Avenida Presidente Vargas. E o veículo que levava o pontífice, para desespero dos guarda-costas, ficou prensado junto a uma fila de ônibus.
A primeira viagem internacional do papa Francisco começou com uma festa popular, muita próxima dos fiéis, bem ao estilo pregado pelo novo papado. O pontífice foi recebido com festa nas ruas do Rio de Janeiro, logo após o avião que o trouxe de Roma pousar no Aeroporto Internacional do Galeão. Francisco foi recebido ainda na pista pela presidente Dilma Rousseff e uma comitiva de ministros de Estado e autoridades do Rio de Janeiro. Do aeroporto, seguiu em um carro simples pelas ruas do Rio de Janeiro. Com o vidro do carro aberto, Francisco se deixou ser visto e muitos que conseguiram vencer o bloqueio dos seguranças chegaram perto o suficiente para tocá-lo. Sorridente, o papa acenou aos fiéis.
Já na Catedral Metropolitana, ele subiu no papamóvel. Ficou o tempo todo de pé e cumprimentou as milhares de pessoas que se aglomeravam para vê-lo. Acostumados com o estilo do papa, os seguranças que o acompanham atendiam quando ele queria que o carro reduzisse a velocidade para que pudesse chegar mais perto das pessoas.
Euforia
Uma multidão estimada pela PM em 15 mil pessoas recebeu o papa com empolgação no centro da cidade. O público ansioso por vê-lo incluía tanto os peregrinos estrangeiros e voluntários da Jornada Mundial da Juventude quanto os cariocas que trabalham no centro os prédios ao longo do trajeto tinham gente nas janelas, muitas fazendo chuva de papel picado à medida que o comboio passava.
Todo espaço que pudesse ser escalado para dar uma melhor visão do papa foi usado árvores, postes, andaimes, as escadarias do Theatro Municipal e da Biblioteca Nacional. Assistindo à tevê por celulares, as pessoas acompanhavam a trajetória de Francisco desde o pouso do avião "Ou ou ou, o papa já chegou", gritaram após o desembarque.
Peregrinos do Chile, Venezuela, Argentina e outros países de língua espanhola, agitavam bandeiras de suas nações e entoavam cantos em referência a seus países e à visita papal. "Estava muito cansada, mas quando vi o papa, tão próximo, humilde, perto das pessoas, saudando famílias, aproximando-se das crianças, parece que tudo que estava errado na minha vida passou, realmente estou impressionada com a humildade desse papa", disse a venezuelana Andrea de Freitas, estudante de Pedagogia de 22 anos.
Várias pessoas aproximaram crianças do papamóvel e não se intimidaram com a ação dos seguranças que estavam, visivelmente, preocupados com a exposição do pontífice. Francisco, no entanto, não se alterou. A carioca Rhavyne Santana, de 22 anos, não pode conter as lágrimas ao ver a tranquilidade do papa ao passar pela multidão. "Não é fácil explicar o que se sente ao ver o papa; creio que é uma esperança de melhora, de que a fé em Cristo vai longe".
ComportamentoGestos do papa no Brasil reforçam opção pela humildade
Agência Estado
Está na boca dos teólogos e na percepção dos fiéis: Francisco é um homem que fala por gestos. Dito isso, seu comportamento no primeiro dia de visita ao Brasil só reafirma o quão franciscano esse jesuíta tem se mostrado. Em sua partida do aeroporto, em Roma, não delegou sua valise a assessor algum. Quando subiu a escadaria do avião, a mala preta que levava na mão esquerda contrastava com sua batina branca.
Durante o voo, Francisco saiu de seu assento na primeira classe e foi conversar com os jornalistas que estavam acomodados na classe econômica. Lá, conversou de forma paciente com cada um dos repórteres antes de voltar a seu lugar.
Ao chegar ao Rio de Janeiro, no meio da tarde, embarcou em um Fiat Idea cujo preço varia de R$ 43 mil a R$ 52 mil , um carro simples e sem blindagem. Pouco tempo após o início do trajeto do Galeão até o centro da cidade, a multidão conseguiu cercar o carro.
Os seguranças de terno preto que corriam ao lado do veículo não conseguiram deter os braços dos fiéis que se esticavam na esperança de tocar o pontífice. A cena de dar desespero em quem assistia pela tevê, por causa da situação vulnerável em que o papa estava , não o apavorou. Durante todo o itinerário, ele manteve o vidro completamente aberto. Tão aberto que uma mãe conseguiu fazer o filho chegar às mãos de Francisco, que não hesitou em puxá-lo para o carro e beijá-lo, antes de devolvê-lo.
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