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A poucas horas da chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), as ruas próximas à Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, local em que fará a sua primeira aparição aos peregrinos, perto das 17 horas, estão lotadas. Grupos de pessoas de todos os continentes chegaram cedo para guardar lugar em frente à fachada da igreja.
"Viemos cedo, na esperança de ver o papa o mais próximo possível", disse a psicóloga argentina Angeles Zimmermann, de 25 anos. Ela é voluntária na JMJ e está no Brasil desde o dia 15 de julho, com o encargo de dar informações aos peregrinos nas estações de metrô.
"Vamos ficar aqui até ele aparecer", completou outra argentina, Amalia Gimbatti, de 19 anos, estudante de Direito. Depois de desembarcar no Galeão, às 16 horas, o pontífice virá em um carro blindado até a Catedral, quando entrará no Papamóvel e circulará pelas ruas do Centro da cidade até o Theatro Municipal.
A multidão espera o papa cantando em diversos idiomas, como o inglês, italiano, espanhol, francês, polonês e, é claro, o português.
"Viajamos a noite inteira por esse momento, vai ser emocionante", afirmou o estudante curitibano Matheus Silveira Badin, 15 anos. O grupo de paranaenses do qual faz parte decidiu deixar para depois a ida ao alojamento para não perder a chance de ver o papa nesta tarde.
Entre eles, alguns estudantes faltam aulas para participar da JMJ, como Bruno Henrique Woisa, 17 anos, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
"Vale a pena, essa é uma oportunidade única de adquirir uma experiência inesquecível. Depois estudaremos em dobro para compensar", disse.
Fiéis do interior do Paraná também marcam presença à frente da Catedral. Os 24 paroquianos da igreja de São João Batista de Bela Vista do Paraíso, município próximo a Londrina, enfrentaram inúmeras peripécias para chegar ao Rio e também estão de prontidão na catedral.
"A estrada está uma loucura, tivemos dificuldades para fazer o credenciamento do ônibus na entrada do Rio de Janeiro, mas a empolgação e a fé de todos nós só crescem", garantiu o padre da cidade, André Luis de Oliveira, 29 anos. No grupo há pessoas de todas as idades, como a "jovem" dentista Maria Helena dos Santos Bezerra, de62 anos. "Estive nas visitas de João Paulo II, de Bento XVI e agora do papa Francisco, sempre é uma maravilha; acredito que o fato de ele estar no Brasil fará muito bem ao nosso país", disse.
"Hermanos" no comércio
A vinda do papa atraiu ainda inúmeros vendedores ambulantes não só brasileiros, que oferecem de tudo, como bandeiras, camisetas e botons da JMJ. "Viemos em três amigos para o Brasil há três dias para vender bandeiras com imagens do papa, das cores da Argentina", contou o vendedor argentino Eduardo Alberto Solis, 45 anos.
Os preços do "hermano" são mais amigáveis em comparação aos dos brasileiros:enquanto bandeiras dos brasileiros com o papa custam até R$ 25, o argentino vende uma grande por R$ 10 e as pequenas por R$ 4.