Protestos

Vaticano nega alterações na agenda do papa por medo de protestos

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, negou ontem, em entrevista coletiva, que será modificado o roteiro do papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, em função do risco de protestos contra a visita do líder da Igreja Católica ao Brasil.

Lombardi disse que o Vaticano acompanha os protestos no país e considerou que os protestos não são contra o papa nem contra sua visita ao país. O porta-voz destacou que o Vaticano tem "confiança total" no esquema de segurança organizado pelo governo brasileiro. As informações são da Agência Brasil.

O papa chega ao país na próxima segunda-feira (22) e retorna no dia 29, segundo Lombardi. É a primeira viagem internacional de Francisco desde que assumiu o pontificado, em 13 de março. Lombardi confirmou a agenda de atividades do papa no Brasil que passará um dia em Aparecida (no interior de São Paulo) e celebrará missa no local.

A programação de Francisco é intensa: visita aos moradores da Comunidade da Varginha, conversa com presos e bênção para os doentes de uma instituição mantida por doações. O porta-voz destacou que Francisco deverá usar tanto carro aberto como também fechado durante os deslocamentos que fará no país.

Há dois dias, o Sistema Brasileiro de Inteligência do governo federal atua em regime de plantão mapeando potenciais riscos durante os grandes eventos realizados no país, como a Jornada Mundial da Juventude. No Rio de Janeiro, onde ocorre a maior parte dos eventos da jornada, o painel da Abin indicava ontem um fator com alerta vermelho: o de grupos de pressão, que abrangem movimentos espontâneos, sem hierarquia.

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Alerta Vermelho

A Agência Brasileira de Inteligência considera elevado o risco potencial de protestos durante a Jornada Mundial da Juventude. O principal foco são os grupos de pressão, que abrangem movimentos espontâneos, sem hierarquia e são convocados pela internet.

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Mais de 42 mil jovens de diversas províncias argentinas registraram-se para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro. Os jovens, a maioria de organizações católicas ou grupos paroquiais, realizam seus últimos preparativos para a viagem rumo ao Brasil. Diversas estimativas indicam que metade dos peregrinos virá em ônibus e o restante, de avião.

O maior grupo organizado partirá na noite da sexta-feira, 19, da Praça de Mayo, na frente da catedral portenha, templo onde o cardeal Jorge Bergoglio, o papa Francisco, trabalhou durante mais de uma década.

Esse grupo, que reúne 400 peregrinos que viajarão ao Brasil em oito ônibus, levará três réplicas da Virgem de Luján, a padroeira argentina. Uma das estátuas será entregue ao papa Francisco; outra será dada da presente à catedral carioca, enquanto a terceira está destinada à favela que o sumo pontífice visitará.

Nas últimas semanas, os jovens organizaram rifas, sorteios, concertos de rock, peças de teatro e feiras de alimentos para reunir dinheiro para a viagem.

Sofía López, estudante de 25 anos, colocou durante vários fins de semana uma foto do papa em tamanho natural em uma esquina da Praça de Mayo, na expectativa de arrecadar contribuições dos pedestres interessados em fazer uma foto ao lado da imagem do papa. "Estou feliz com a viagem, pois é um momento de renovação espiritual", explicou.

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Débora Corvalán, de 17 anos, afirma que tem grande orgulho de que o papa seja argentino. "Mas o que importa mesmo é que ele, independente do lugar onde nasceu, está dando um exemplo ao mundo de grande simplicidade!", exclamou.

Centenas de jovens portenhos conhecem o papa Francisco desde os tempos em que era o cardeal Bergoglio. "Sempre ouvia as missas dele, mas nunca imaginei que um dia ele seria o papa", disse Soledad De Angelis, que não se registrou para a JMJ, mas irá mesmo assim. A jovem, de 19 anos, afirma que quer sentir de perto "o clima de alegria cristã" no Rio.