Polícia
Segundo o NYT, as autoridades policiais do Rio também enfrentaram o desafio de pôr à prova o treinamento das tropas durante as manifestações de rua na visita do papa. "Eles reconheceram o uso de agentes disfarçados infiltrados nos protestos, mas negaram alegações de que seus agentes de inteligência foram os culpados pela violência, incluindo o lançamento de bombas incendiárias", diz o jornal.
Crítica
O colunista Neil Steinberg, do jornal Chicago Sun-Times, publicou um texto criticando o Comitê Olímpico Internacional (COI) por ter escolhido o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
"Aposto que faríamos isso sem bombas, sem a polícia precisar usar gás lacrimogêneo e balas de borracha. Aposto que a nossa população não se rebelaria contra os Jogos, como estão fazendo os brasileiros", escreveu o jornalista.
O jornal norte-americano The New York Times publicou na edição de ontem reportagem afirmando que a visita do papa Francisco ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) tem sido marcada por "tensões e erros cometidos pelos organizadores brasileiros (da viagem)" e protestos contra o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB).
Intitulado "Erros por parte do Brasil prejudicam visita do papa", o artigo lembra que as dificuldades em relação à estada de Francisco começaram na chegada à capital fluminense, na segunda-feira, quando ele ficou preso num engarrafamento no centro, expondo-o "a uma multidão de pessoas".
Além de relatar a agenda do papa, que passou por Aparecida, no Vale do Paraíba (SP), e visitou a ala de dependentes químicos de um hospital do Rio, a reportagem lembra a falha no sistema metroviário na terça-feira, que parou trens por duas horas, e dá destaque a protesto que acabou em confronto entre manifestantes e policiais no Largo do Machado, com troca de acusações dos dois lados em relação a quem começou o ataque. O artigo do NYT traz o depoimento de um advogado criticando o governador do Rio e questionando se o estado tem condições de receber um evento de grande porte, além de afirmar que "há uma torneira de dinheiro entrando (na capital), mas ele é mal administrado".
Revolucionário
Um manifestante ouvido pelo jornal comparou o papa com as pessoas que foram às ruas protestar contra Cabral. "Ele é revolucionário como nós". O NYT também ouviu o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PMDB), que disse que "qualquer explicação (quanto a erros) parece desnecessária e inútil neste momento". "O que precisamos fazer é pedir desculpas", disse, afirmando a intenção de fazer a visita "o mais tranquila possível".
AgendaVeja qual a programação do papa para os próximos dias:
Hoje
Confissão: Recebe a confissão de cinco jovens, cada um representando um continente, na Quinta da Boa Vista
Presos: Encontra-se com jovens detentos no Palácio Arquiepiscopal São Joaquim, onde faz oração do Angelus Domini e almoço com jovens
Via-Crúcis: À noite, participa com jovens de encenação da Via-Crúcis com diversos palcos ao longo da orla de Copacabana
Amanhã
Catedral: Faz o sermão em missa com bispos e religiosos na Catedral de São Sebastião
Autoridades: Participa de evento com autoridades, artistas e personalidades no Teatro Municipal
Copacabana: À noite, participa de vigília de oração com os participantes da JMJ
Domingo
Visita: Sobrevoa de helicóptero o Cristo Redentor
Missa: Às 10 h, o papa celebrará a missa de encerramento da JMJ no Brasil, na praia de Copacabana. Na hora do almoço, faz oração do Angelus Domini
Voluntários: Participa de reunião com voluntários da jornada no Riocentro
Despedida: Participa de despedida no aeroporto do Galeão, antes de voltar para o Vaticano
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