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A proximidade do papa Francisco com os fiéis foi evidenciada ao longo de sua passagem pelo Brasil na semana passada, durante a Jornada Mundial da Juventude. Para a teóloga Clélia Peretti, ela representa um elemento que falta na Igreja Católica: a revitalização da experiência de Jesus com o povo.

As atitudes não ortodoxas do papa foram uma surpresa?

Elas foram coerentes com a espiritualidade e a personalidade dele. Mesmo sendo papa, ele não perde a característica de "ser bispo", que é, basicamente, ser um pastor que cuida do seu rebanho – e o papa cuida do seu rebanho. Com essa postura, ele faz algo que falta na Igreja de hoje, que está distante das pessoas. O papa está mostrando que a Igreja tem de ser mais mãe, que tem de abraçar e beijar as pessoas – do mesmo modo que Jesus fez, caminhando em meio às pessoas e não se distanciando delas.

Ele deve promover mudanças na instituição?

As mudanças já estão acontecendo, como quando ele modificou as questões legais para punir aqueles que desviaram dinheiro. Como ele mesmo disse, "há pessoas santas e menos santas" dentro da Igreja e é preciso tomar cuidado com essas últimas, que podem prejudicar a instituição. O que ele não deve mudar são os dogmas e os valores tradicionais.

O papa evitou tratar de temas polêmicos, até que se pronunciou em relação aos gays. O comentário foi surpreendente?

Não. Quando ele falou da questão do respeito aos gays, falou do respeito à dignidade da pessoa humana, da caridade e do amor ao próximo, pilares da Igreja que não podem ser esquecidos. É a mesma coisa como quando ele visitou dependentes de drogas: ele respeita a pessoa, mas não concorda com a decisão dela de usar a droga, que é, basicamente, o ato de escolher a morte.

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