O prefeito Eduardo Paes admitiu hoje (24) que houve falha da prefeitura e do governo federal na segurança do papa Francisco na chegada à cidade, na última segunda-feira (22). "A responsabilidade é do Poder Público. Da prefeitura, que fazia a segurança, e do governo federal, que fazia a escolta", disse durante coletiva de imprensa no Centro de Mídia da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
O carro que levava o papa Francisco da Base Aérea do Galeão ao centro do Rio de Janeiro ficou retido em um engarrafamento na Avenida Presidente Vargas, e com isso, uma multidão conseguiu se aproximar do papa. Em nota na segunda-feira (22), a prefeitura do Rio de Janeiro e a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça, argumentaram que a retenção "decorreu de uma série de fatores, em especial, opções do próprio Vaticano, relativas à visibilidade e ao contato com os peregrinos, manifestadas pelo papa. A velocidade reduzida do comboio e a janela do veículo aberta são fatos que demonstram o perfil do pontífice e incentivam a aproximação dos fiéis".
O prefeito prometeu que tudo será feito para evitar que episódio semelhante volte a ocorrer, "apesar da indisciplina carinhosa do nosso papa". Segundo ele, a disposição também foi comunicada às autoridades de segurança do Vaticano.
Para Paes, o fato do papa ser carismático afastou o risco de um incidente. "O povo desta cidade mostrou, mais uma vez, que sabe tratar as pessoas de maneira carinhosa e proteger o próprio papa". Porém, reconheceu que isso não é desculpa para a falha.
Segundo o prefeito, o papa Francisco é "no bom sentido, um criador de engarrafamentos, traz gente para perto dele". O papel da prefeitura, esclareceu, é minimizar os transtornos e reforçar a segurança. Declarou que o pontífice está protegido por seus seguidores e pela população que o abraça. O deslocamento do papa Francisco "vai ser sempre uma prioridade e uma preocupação" para a prefeitura.
Ele descartou que as manifestações tenham prejudicado a imagem do Rio de Janeiro. De acordo com Paes, os protestos são expressões legítimas de democracia consolidada. "A violência é ruim por si só. Não é por causa da imagem". O prefeito disse encarar as manifestações como "algo absolutamente normal".
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