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O papa Francisco se reuniu com 2 mil lideranças da sociedade civil brasileira no Theatro Municipal do Rio, na manhã deste sábado (25). Políticos, diplomatas, lideranças comunitárias, intelectuais, empresários, artistas e líderes das maiores comunidades religiosas do país participam do evento.
Esse foi o segundo evento deste sábado. Mais cedo, Francisco celebrou uma missa para religiosos na Catedral Metropolitana do Rio.
Em discurso, o papa Francisco afirmou neste sábado que entre a "indiferença egoísta e o protesto violento" sempre está a opção do diálogo, em alusão às várias manifestações das últimas semanas no país.
"Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, sempre há uma opção possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade", disse o pontífice.
Francisco insistiu que é necessário para enfrentar o presente, "o diálogo construtivo". E reiterou: "Hoje, ou se aposta na cultura do encontro, ou todos perdem; seguir o caminho correto torna o caminho fértil e seguro".
O papa assegurou que um país cresce "quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: cultura popular, cultura universitária, cultura juvenil, cultura artística e tecnológica, cultura econômica e cultura familiar e cultura da mídia".
Francisco disse também que é fundamental a contribuição das grandes tradições religiosas à sociedade e lembrou que a convivência pacífica entre as diferentes religiões se vê beneficiada pela laicidade do Estado, "que, sem assumir como própria nenhuma posição confessional, respeita e avalia a presença do fator religioso na sociedade".
"Quando os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo". O papa se mostrou convencido de que o único modo de uma pessoa, uma família, uma sociedade, crescer, a única maneira de a vida dos povos avançarem, é a "cultura do encontro".
O arcebispo do Rio de Janeiro, Orani João Tempesta, que deu as boas-vindas do encontro destacou que nas últimas semanas foram vistas várias manifestações pacíficas no Brasil, na maioria de jovens, que exigem um país "mais justo, mais igual e uma vida mais fraternal e digna.
"Este protagonismo juvenil deu a todos a esperança que o sentido cívico, democrático, nacional, sem violência, representa o caminho para superar as dificuldades que vivemos em nosso amado Brasil", declarou o arcebispo.
Tempesta acrescentou que esses grupos se estão conscientizando do "poder que têm nas mãos, assim como da possibilidade de fazer grandes mudanças, como políticas públicas mais justas e acabar com as situações de exclusão".
Um dos que discursaram no encontro foi Walmyr Gonçalves da Silva Júnior, de 28 anos, membro da pastoral da juventude, nascido e criado no meio do narcotráfico, e que teve problemas com drogas e os superou. Hoje ele é professor de história da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio.
Walmyr narrou a situação das favelas, onde os narcotraficantes usam os jovens como "mão de obra barata" e disse que os jovens do Brasil sonham com um "novo amanhecer, um mundo novo, sem drogas, com uma vida digna e com seus direitos respeitados".
ImagensVeja fotos do evento no Theatro Municipal
Veja como foi o evento no Theatro Municipal