- Um papa que veio ao Brasil para rezar com a gente
- Jovens paranaenses têm a chance de ver o papa de perto
- Francisco cita "incoerência de cristãos"
- Papa Francisco pede a sacerdotes que reforcem evangelização de jovens
- Transferência de eventos da JMJ para Copacabana divide opinião de moradores
- Papa tem agenda extensa neste sábado
- Papa diz que diálogo é capaz de superar indiferença e violência
- Milhares enfrentaram chuva e frio em peregrinação
- Prefeito prevê público recorde de até 3 milhões em Copacabana no domingo
Antes mesmo das 7 horas da manhã deste sábado (27), milhares de fiéis já estavam na praia de Copacabana à espera da Vigília desta noite com o papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude. Os jovens aproveitam a areia da praia para fazer "fronteiras" entre os grupos, delimitando o espaço entre eles. Há barracas de acampamento por todos os lados. Enquanto aguardam, muitos tomam banho de mar, alguns rezam e outros aproveitam para cochilar um pouco.
Um grupo de dez pessoas de Manaus, por exemplo, está na praia desde as 8 horas da manhã e reservou com faixas uma área de cerca de 6 metros quadrados. O chão de areia foi coberto de lonas e sacos de dormir. "Estamos em uma mansão e, se tudo der certo, vamos dormir aqui", afirmou decidido Clayson Charles, estudante de teatro de 24 anos. A amiga de Clayson, Camila Maria Duarte Sobrinho, de 21 anos, disse que todos vão se revezar para ir ao banheiro. "Tudo Deus dará", brincou Clayson.
Quem chegou um pouco mais tarde, teve de brigar para conseguir um lugar, como 11 equatorianas que alcançaram a praia de Copacabana às 11 horas. "Conseguimos ficar perto do palco e esperamos sair daqui só amanhã de manhã, acho que vai dar tudo certo", afirmou a líder do grupo, Marta Zumba, de 41 anos.
O projetista mecânico Erick Weingertner, de 28 anos, veterano de outras jornadas mundiais da juventude, ficou com os amigos em um ponto estratégico perto de um telão e da saída. "A ideia é dormir aqui, mas vamos sentir como será a situação nas próximas horas; mas vale tudo para ver o Papa", garantiu.
Canhão de pão
No local, representantes de organizações não-governamentais aproveitam a quantidade de pessoas para fazer protestos pacíficos. Um deles é a circulação de um canhão coberto de pães amanhecidos da ong alemã "breadtank.org". "O nosso objetivo é convencer as autoridades a redirecionar parte dos gastos em armamentos para as necessidades dos pobres", explicou Lorena Fischer, uma das responsáveis pela iniciativa.
Ambulantes
Azar de alguns, sorte de outros: se a transferência da Vigília para a praia de Copacabana causou transtornos para os comerciantes que estavam preparados para atender um milhão de jovens em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, provocou, ao mesmo tempo, uma grande alegria aos vendedores ambulantes da região sul. Uma grande quantidade deles circula pela praia com sucesso de vendas.
Ao transitar entre os peregrinos na areia de Copacabana se pode comprar de tudo: alimentos, artefatos para montar barracas, chaveiros, souvenirs do papa. Cadeiras podem ser alugadas de R$ 10 a R$ 25, preço que pode aumentar até o fim do dia. Espetinhos de camarão são vendidos por R$10; lonas de 4 metros de distância custam de R$ 30 a R$ 40.
Maré
Autoridades no local tentam convencer centenas de peregrinos a ficar longe da praia, já que, com a lua cheia, a maré será alta e poderá alcançar parte do espaço em que estão alojados os fiéis. "Eles não estão escutando muito, mas estamos atentos para qualquer fatalidade", garantiu um bombeiro.
Alimentação
Peregrinos estão demorando cerca de quatro horas para retirar os kits com a quantidade de alimentos necessária para o café, almoço e jantar desta noite. Já os restaurantes de Copacabana estão cheios e quase todos têm opções de lanches para os fiéis.