Há uma tese não comprovada, porém propagada, de que os brasileiros teriam, digamos, medo da solidão exigida pela leitura. Logo nós brasileiros, tão falantes e sociáveis, entregue ao silêncio das letras. Os leitores ouvidos pela série "Leitura na Prática" não puseram panos quentes. E disseram "sim", em algum momento os livros os afastam da convivência com outras pessoas.
Eles se reconhecem transportados para um mundo paralelo, no qual se veem ensurdecidos para o que acontece ao redor. "Muitas pessoas se afastaram de mim depois que me tornei leitor assíduo. A percepção da vida muda. Seu cérebro expande", comenta o empresário Marcelo Almeida. O problema, no entanto, não é o leitor, mas o não leitor, grupo que equivale a 50% da população de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. "A elite não lê. Ponto final", declara Almeida, sobre boa parte das pessoas com quem convive.
Para a pesquisadora Marta Morais da Costa, a convivência entre leitores e não leitores tende mesmo ao fio da navalha. Se o leitor tiver tendência à solidão, acaba se afastando do grupo com quem tem pouca possibilidade de troca. Se for da "categoria" leitor sociável, em algum momento vai tentar convencer o que lhe são próximos das vantagens do ato de ler.
A contar pelo que dizem os estudiosos, o leitor mais do que um eremita é um cidadão que abastece nos livros seu imenso interesse pelo mundo. "Sem leitura, temos uma sociedade. Com leitura, uma civilização", resume, com poucas e boas, o escritor londrinense Domingos Pellegrini.
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