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Aventura

Na Serra, liberdade sobre pedais

Jairo Roberto da Silva (de branco) e Thiago Couto (de amarelo) fazem percursos de bicicleta na Serra do Mar: limites superados | Priscila Foroni/Gazeta do Povo
Jairo Roberto da Silva (de branco) e Thiago Couto (de amarelo) fazem percursos de bicicleta na Serra do Mar: limites superados (Foto: Priscila Foroni/Gazeta do Povo)
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Tirar uma foto em pleno Viaduto dos Padres, na BR-277, que liga Curitiba ao litoral do estado, é uma oportunidade rara. É praticamente impossível estacionar o veículo em algum trecho da rodovia e apenas apreciar a paisagem. Porém, quem se aventura a fazer o trajeto de bicicleta garante que conhece uma Serra do Mar completamente diferente daquela que vemos por trás do para-brisa.

As belas paisagens, e o relaxamento que o passeio oferece, são os principais motivos que levam pessoas de diferentes idades, profissões e classes sociais a experimentar a aventura em duas rodas. ?É uma sensação que o carro não dá?, garante Gestenn Berger, de 50 anos, proprietário da empresa Bikesul, que organiza passeios de bicicleta a diversas localidades. As distâncias chegam a quase 100 quilômetros, mas isso não desanima os aventureiros na hora de pegar a estrada.

Durante o percurso, é possível parar para tomar banho de cachoeira e tirar fotos em paisagens que poucos conhecem. ?O grande diferencial da bicicleta ser um meio de transporte silencioso, em que você curte toda a beleza visual e sonora. É possível ouvir os pássaros, os rios?, descreve o ciclista Heron Matoso, 55 anos, que, além dos passeios ao litoral, entre eles a descida pela Estrada da Graciosa sob a luz da lua cheia, realiza com o grupo NaturezArLivre viagens a cidades distantes da capital paranaense.

Seguir rotas diferentes dos parques ou das ciclovias e partir para os percursos fora das cidades é, para Berger, uma evolução natural. ?Chega uma hora em que a pessoa quer saber o que tem além do muro?, diz. Foi assim que o coordenador de marketing Jairo Roberto da Silva, 37 anos, começou a se aventurar fora dos limites da capital. Três anos depois da primeira pedalada em uma rodovia, ele dedica pelo menos um final de semana do mês para o percurso de bicicleta, muitos deles pela Serra do Mar. ?Fazer o passeio não é tão difícil quanto as pessoas imaginam. Além disso, faz bem para a saúde e você interage com outras pessoas.?

A ?10 por hora?

Os passeios de bicicleta pela Serra do Mar são momentos de lazer e descontração aos participantes. Por isso, não se caracterizam como uma competição ou um treinamento esportivo, em que a pessoa deve atingir determinada meta. ?Tem de ser natural?, define Jairo Roberto da Silva. Desta forma, os grupos deslocam-se em uma velocidade média, que varia entre 10 a 30 quilômetros por hora, e evitam a participação de pessoas que fazem manobras arriscadas e desnecessárias. In­­dependente da rota escolhida, a orientação dos organizadores dos passeios é que o participante tenha o mínimo de condicionamento físico para realizar a atividade e que cada um respeite seus próprios limites, parando quando tiver pedalado o suficiente.

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Na estrada, os grupos são geralmente acompanhados por vans e carros que acomodam as bicicletas depois que o ciclista chega ao seu limite e que levam os aventureiros no retorno a Curitiba. Aqueles que preferem seguir sem o acompanhamento de carros podem optar pela volta de ônibus ou trem. A Viação Graciosa, que opera as linhas de ônibus que atendem o litoral, cobra R$ 18,00 pelo transporte de bicicletas no bagageiro dos veículos. A Serra Verde Express, responsável pelo trajeto pela linha de trem, oferece um vagão específico para o embarque de bicicletas. A tarifa é de R$ 7,50 para cada percurso.

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