Fazer a travessia da Baía de Guaratuba a bordo de uma balsa ou de um ferryboat faz parte da rotina de muitas pessoas que visitam ou moram no litoral paranaense. Em 2011, o vaivém das embarcações entre Caiobá e Guaratuba completa 51 anos e resiste às discussões sobre a construção de uma ponte de acesso entre as duas localidades.
Com média de 3 mil embarques diários e cerca de 4 milhões de passageiros ao ano considerando os feriados, quando o movimento chega a dobrar , o Paraná é o estado que registra o maior número de passageiros em comparação às outras localidades onde a empresa F. Andreis, responsável pelo serviço, atua.
Ao todo, cinco embarcações três ferryboats e duas balsas fazem o trajeto de 1,2 quilômetro diariamente. Cada viagem dura em média sete minutos, sem contar o período de embarque e desembarque dos veículos. O tempo é curto, mas suficiente para que não faltem histórias de marinheiros e mestres.
O carnaval é a época mais movimentada: em média, 8 mil pessoas passam pela baía. É neste feriado e nas festas de fim de ano que a animação dos passageiros chega a situações extremas: pessoas pulam da embarcação para se refrescar na água ou aproveitam a travessia para pescar. Nenhuma destas práticas é recomendada, pois oferecem riscos à segurança dos passageiros.
Também estão nos registros das travessias os incidentes com carros que caem durante as manobras de embarque, além de veículos que não são engrenados corretamente e acabam pendurados nas balsas em movimento.
Manutenção
Até 1991, o poder público era o único responsável pela travessia. Foi quando a F. Andreis começou a trabalhar no local, assumindo as balsas enquanto o governo do estado fazia a travessia com os ferryboats. Com a licitação de 1996, a empresa ficou responsável por todas as embarcações que fazem o trajeto. O contrato teve duração de dez anos. Em 2009, uma nova concorrência foi aberta e a F. Andreis assumiu a concessão até 2019.
O início do sistema de travessias pela baía em 1960 trouxe para Guaratuba uma nova oportunidade de emprego para a população local. Anos depois, com a chegada da F. Andreis à cidade, vieram muitos trabalhadores de outros municípios, ao mesmo tempo em que a empresa incentivou a capacitação dos residentes interessados. Para trabalhar no sistema é preciso carteira de habilitação expedida pela Marinha Brasileira. O profissional começa como marinheiro de máquinas e pode chegar a mestre, responsável pela navegação.